Caso Kiss

Réu depõe em processo criminal

Lizie Antonello

O major Gerson da Rosa Pereira, ex-chefe do Estado Maior do Corpo de Bombeiros, e réu em processo criminal da Kiss, prestou depoimento na tarde desta sexta-feira. A audiência ocorreu na 1ª Vara Criminal.

Pereira é acusado de incluir um croqui da boate e o cálculo populacional (que indicava a capacidade da casa de 691 pessoas) que originalmente não estavam junto ao Plano de Prevenção e Combate a Incêndios (PPCI) simplificado da Kiss existente no 4º Comando Regional de Bombeiros.

Tanto o croqui quanto o cálculo foram oferecidos pela engenheira Jozy Maria Gaspar Enderle aos bombeiros no dia da tragédia. Como ela não estava na cidade, ligou para o sargento Renan Severo Berleze e ofereceu os documentos. Depois, pediu que a filha imprimisse as cópias e entregasse ao sargento. Berleze também é réu pelo mesmo crime, mas teve o processo suspenso depois de fazer um acordo com a Justiça.

Quando a Polícia Civil pediu a documentação existente sobre a Kiss ao Corpo de Bombeiros, o croqui e o cálculo foram entregues em uma pasta, junto com outros papéis, autenticados e com a assinatura de Pereira. Segundo a polícia e o Ministério Público, Pereira e Berleze teriam feito isso para parecer que os documentos pertenciam ao plano da boate.

Em depoimento, Pereira disse que várias cópias dos papéis referentes à Kiss foram solicitadas e entregues naquele dia a diferentes órgãos e que todas foram autenticadas e assinadas. Ele acredita que, no caso do pedido da Polícia Civil, croqui e laudo populacional estavam misturados com os outros papéis e, por isso, eles foram autenticados e assinados também e remetidos à polícia na pasta da Kiss.

O major não quis se manifestar sobre o assunto ao fim da audiência, assim como os defensores públicos que o defendem.

O réu encerra a fase de depoimentos do processo de fraude processual. Na próxima fase, acusação e defesa farão memoriais escritos e remeterão ao juiz. Depois, será o julgamento e a sentença, sem data para ocorrer.

A audiência do processo de falso testemunho, que estava prevista para esta sexta-feira, foi cancelada. Não foi marcada nova data.

Engenheira ofertou documentos aos bombeiros

Antes do réu, foi ouvida a engenheira Jozy Maria Gaspar Enderle, indicada como testemunha pela defesa e pela acusação. Ela fez o cálculo populacional da boate à época da abertura do estabelecimento. Segundo o cálculo, a capacidade da Kiss era para 691 pessoas.

No dia da tragédia, a engenheira forneceu, por meio da filha dela, um croqui da casa noturna e o cálculo populacional aos bombeiros. Segundo Jozy, o intuito foi ajudar, já que a capacidade da boate que estava sendo divulgada _ mais de mil pessoas _ era errada.

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