voltou atrás

Retirada das floreiras da 2ª quadra Bozano deve começar na sexta-feira

Marcelo Martins e Thays Ceretta

Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

Sequer passou da fase experimental e chegou ao fim. Esse foi o saldo do trabalho do chamado Re.Viva Bozano, iniciativa da prefeitura para revitalizar a 2ª Quadra da Rua Doutor Bozano e, principalmente, para dar mobilidade aos pedestres no Centro. Ontem, o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) fez o comunicado oficial: o projeto foi abortado e, agora, colocado na gaveta. A pintura e as floreiras feitas com blocos de cimento serão removidas a partir desta sexta-feira e o estacionamento voltará.  

Coluna Marcelo Martins: Santa Maria, mais uma vez, na contramão da mobilidade

A avaliação da gestão tucana é que o projeto, ainda que experimental, falhou em várias frentes. Ao mesmo tempo, pessoas próximas do prefeito avaliam que ele cedeu à pressão dos lojistas daquele trecho da Bozano. Ainda que não pregue um discurso de derrota, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ewerton Falk, não esconde que fica um sentimento de frustração:

- São duas situações que se colocam nessa questão. O conceito de ampliação do espaço e de uma maior mobilidade foi aceito. Mas a execução, reconheço, foi falha. É óbvio que a questão estética não agradou. Talvez se tivéssemos aportado recursos próprios poderíamos ter feito algo melhor. Mas, ao mesmo tempo, temos uma questão de restrição financeira. O que, de certa forma, me conforta é que era algo experimental. Mas a comunidade perdeu uma oportunidade de experimentar mais.

O fim do Re.Viva ocorreu na manhã de ontem, quando o prefeito esteve reunido com representantes do Sindicato dos Lojistas (Sindilojas) e da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). Ao fim do encontro, Pozzobom comunicou que o projeto não teria sequência. No Facebook, o político postou que foi feita uma "pesquisa com a população" e se decidiu por suspender o projeto.

Desde abril, quando houve a colocação e a pintura de floreiras, além da pintura do meio-fio, lojistas manifestavam discordância e um grupo chegou a dizer que as vendas caíram 50%.

ESTACIONAMENTO
A partir de amanhã, o trânsito deve ser interrompido para a retirada das floreiras. Depois, voltará o estacionamento da Zona Azul, entre a Floriano Peixoto e a Serafim Valandro. O parklet da loja Eny seguirá no local. 

Quem também esteve à frente do projeto foi o presidente do Instituto do Planejamento (Iplan), Daniel Pereyron, que acredita que o saldo é de aprendizado para casos futuros:

- Há pontos positivos que, basicamente, são a aceitação e o entendimento do conceito de mobilidade que prioriza o pedestre e, ainda, o entendimento que o Centro precisa ser atrativo. Os pontos negativos ficam pela falta de acabamento dessa fase experimental e, embora não fosse a ideia inicial, se tivéssemos colocado dinheiro na execução do projeto, certamente teria tido um acabamento mais interessante. 

CDL e Sindilojas avaliam que iniciativa é válida, mas não para este momento
À frente das discussões que envolviam o tema do Re.Viva Bozano, o Sidilojas e a CDL avaliam que a iniciativa da prefeitura é válida. Mas ressalvam que o momento de implementá-la ainda não é agora. O presidente do Sindilojas, Ademir José da Costa, entende que a prefeitura pontuou ao colocar em pauta a questão do conceito de mobilidade. Porém, pecou na estratégia de convencimento e de apresentação da proposta:

- O conceito não está errado e, inclusive, é algo aprovado pela população e pelos lojistas. Mas a forma como foi executada sem uma preocupação estética contribuiu para essa rejeição. Os lojistas talvez não tenham sido ouvidos como deveriam. A prefeitura deveria ter apresentado e detalhado o projeto. A questão é que, mais cedo ou mais tarde, essa questão (da 2ª quadra da Bozano) terá de voltar à tona. Mas de uma forma que seja melhor trabalhada - afirma.

Sobre a alegação de queda nas vendas por parte dos lojistas, Costa diz que não se pode creditar toda culpa à prefeitura:

- Acho temerário e arriscado creditar tudo à prefeitura. Os meses de março e abril foram os piores dos últimos 10 anos por uma série de fatores. Até pode ser que isso (a restrição de estacionamento) tenha acentuado, mas não foi na totalidade.

DECISÃO CORRETA
A presidente da CDL, Marli Rigo, diz que a decisão da prefeitura de acabar com a alteração foi sensata e a mais acertada para o momento. Houve, segundo ela, falha na condução de todo o processo.

- É óbvio que também queremos uma Santa Maria mais futurista e moderna. Mas a decisão de suspender (a intervenção) foi a mais acertada. A forma como foi executada, até agora, não vinha dando certo. É algo para o futuro e quando esse projeto for colocado em discussão de novo, em um futuro próximo, terá todo nosso apoio - aponta.

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