data-filename="retriever" style="width: 100%;">Fotos: Husm (Divulgação)
Os físico-médicos Herculis Rolins Torres (a partir da esq.), Tadeu Baumhardt e Guilherme Lopes Weis, todos do Husm, participaram da construção do protótipo
Para ampliar a segurança dos profissionais de saúde que atuam na linha de frente do combate ao coronavírus, o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) desenvolveu um projeto que permite reesterilizar máscaras N95. O material é um equipamento de proteção individual (EPI) usado por médicos, enfermeiros, técnicos e outros trabalhadores que atuam em órgãos de saúde.
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Com a escassez de alguns materiais, como a máscara, a segurança dos profissionais fica comprometida. A N95 é usada no atendimento direto a um caso suspeito ou confirmado. Por isso, a necessidade de se buscar o reaproveitamento de máscaras. Para isso, o projeto prevê a utilização de raio ultravioleta C e ozônio.
Segundo o físico-médico e chefe da Unidade de Diagnóstico por Imagem do Husm, Guilherme Weis, o dispositivo de reesterilização foi construído no Husm, reutilizando partes de equipamentos e de outros dispositivos.
- O cooler é do computador, tem calhas elétricas, fios. A madeira foi utilizada de outros móveis... Todo ele foi revestido com papel alumínio para aumentar a capacidade refletiva do ultravioleta C, que é a radiação em foco no estudo - explica.
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Devido ao tamanho da caixa, a capacidade de desinfecção é de nove máscaras por vez. O operador coloca a máscara dentro, faz o fechamento da tampa, que possui um sistema de segurança. Após o dispositivo ser fechado, é feito o acionamento.
Como é o funcionamento:
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- O procedimento é pioneiro na utilização de irradiação UV-C - tipo de radiação aplicada na esterilização de materiais cirúrgicos e em processos de tratamento de água, graças à sua propriedade bactericida
- As máscaras são presas em fios amarrados em uma caixa/armário (foto ao lado) com exposição a oito lâmpadas de 254 nm (nanômetros), usadas rotineiramente em gabinetes de biossegurança
- O monitoramento é realizado a distância, pois a irradiação pode causar danos aos olhos e pele. Planeja-se descontaminar e reutilizar as máscaras N95 até 3 vezes, garantindo a integridade da máscara
- O método é resultado de vários testes em algumas universidades americanas e europeias e de revisão da literatura científica. O risco parece ser bem maior com a falta do EPI adequado, improvisação no uso, o mau uso ou o reutilização por mais tempo sem segurança e avaliação
- O projeto desenvolvido no Husm é pioneiro na utilização de irradiação de UV-C. A Universidade de São Paulo (USP), por exemplo, está utilizando outros métodos para descontaminação, como o calor
O professor da UFSM e médico do Husm, Alexandre Schwarzbold, explica que essa é uma técnica alternativa. Para garantir a integridade da composição das máscaras, cada uma poderá ser reesterilizada, no máximo, três vezes. A técnica é semelhante a um protocolo utilizado na Universidade de Nebraska (EUA).
O projeto foi desenvolvido pelos físico-médicos do Husm Guilherme Lopes Weis, Tadeu Baumhardt e Herculis Rolins Torres, juntamente com os professores André Schuch, Lúcio Dorneles e Alexandre Schwarzbold.
De acordo com o protocolo de Serviço de Controle de Infecção do HUSM, ao invés do descarte após o uso das máscaras, a instituição adotará um fluxo de recolhimento e armazenamento para reaproveitá-las. O projeto está pronto para ser implantado, mas apenas será utilizado em casos de escassez ou ausência de EPIs.