Processo criminal da Kiss

Primo de Kiko é ouvido em audiência do processo criminal da Kiss em Santa Maria

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Diogo Roberto Callegaro, primo de Elissandro Spohr (o Kiko, um dos sócios da casa noturna) foi o primeiro a ser ouvido na tarde desta quinta-feira, durante audiência do processo criminal da Kiss no Fórum de Santa Maria. Ele começou a ser ouvido por volta das 14h.

Diogo trabalhou em reformas na casa noturna entre 2011 e 2012. Segundo ele, a primeira obra realizada, em 2011, foi uma parede divisória no andar superior da boate para separar o camarim de um depósito. Outra intervenção no salão da boate foi a colocação de uma parede de pedra (à esquerda de quem entrava), para isolamento acústico.

Segundo Diogo, a reclamação dos vizinhos teriam motivado uma sequência de reformas. Em 2012, o palco, que ficava localizado na parte dianteira do salão, foi transferido para os fundos. Quando os vizinhos de fundos do prédio começaram a reclamar, o palco e a pista teriam sido elevados - utilizando tablados de madeira. Segundo Diogo, como o problema do barulho não teria sido resolvido, uma parede de madeira foi instalada nos fundos do palco e, posteriormente, uma parede de pedras foi colocada.

Ainda segundo o depoimento, quando o palco era na frente, uma espuma para isolamento acústico foi instalada no entorno do palco. De acordo com Diogo, o material teria sido indicado e buscado em um depósito do engenheiro Samir Frazzon Samara. Quando o palco foi mudado de lugar, Kiko teria telefonado para o engenheiro para comprar novamente a espuma. Como ele não teria mais o material, segundo o depoimento, Samara teria indicado uma loja de colchões onde Diogo e o gerente da boate, Ricardo Pache, teriam comprado a espuma.

Procurado pela reportagem do Diário, o engenheiro afirmou ter feito o projeto de instalação de gesso na boate, não tendo indicado nem vendido espuma aos proprietários da boate.
- Ele terá de provar - afirmou o engenheiro.

De todas as obras citadas, Diogo apenas não teria instalado a espuma no entorno do palco quando ele foi mudado de lugar porque teria ido viajar. A instalação teria ficado a cargo de funcionários do estabelecimento. 

Até o final do dia quatro testemunhas de acusação serão ouvidos nesta segunda fase do processo criminal da boate Kiss na Justiça Estadual _ Azarias Vidal do Nascimento, ex-segurança da boate; Daniel Rodrigues, gerente da Kaboom _ loja onde foram comprados os artefatos pirotécnicos usados pela banda Gurizada Fandangueira e que, em contato com a espuma que revestia o teto do palco, deram início às chamas;  Diogo Roberto Callegaro, primo de Elissandro Spohr (o Kiko, um dos sócios da casa noturna), e Christian Abade Machado, taxista que estava em frente à Kiss na madrugada da tragédia.

Ao todo, 16 testemunhas de acusação (indicadas pelo Ministério Público) falarão à Justiça em quatro dias de audiências _ quinta e sexta-feiras desta semana e nos dias 30 de maio e 10 de junho. Diante do juiz Ulysses Fonseca Louzada, que conduz o processo, elas assumirão o compromisso de dizer a verdade sob pena de serem processadas. As sessões ocorrerão no Salão do Júri, no Fórum de Santa Maria. Na primeira fase do processo, prestaram depoimento sobreviventes da tragédia que não tinham esse compromisso.

São réus no processo criminal por homicídio e tentativa de homicídio com dolo eventual qualificados por asfixia, incêndio e motivo torpe os donos da Kiss, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, o vocalista da Banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, e o produtor de palco, Luciano Bonilha Leão.

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