Está em vigor desde a meia-noite de domingo (16) a cobrança de pedágio nas três novas praças da rodovia RSC-287, localizadas em Taquari (km 47), Paraíso do Sul (km 168) e Santa Maria (km 220). O movimento foi tranquilo durante a manhã na praça de pedágio de Santa Maria, porém, em alguns horários durante a tarde houve formação de filas e espera dos motoristas para poder passar pelo pedágio, o que obrigou a abertura das cancelas para liberar o fluxo.
Por volta das 16h uma fila de carros se formou no sentido Agudo-Santa Maria e as cancelas da praça de pedágio tiveram, que ser abertas para liberar o fluxo. Foto: Eduarda Costa (Diário)
Para os motoristas que percorrem o trajeto com frequência, a novidade pode custar caro. É o caso do vendedor de rua Nonato Bezerra da Silva, de 48 anos, morador de Santa Maria que viaja semanalmente a trabalho. Com a nova cobrança, ele espera ver melhoras nas estradas e no fluxo dos veículos que trafegam ao longo da RSC-287.
— É complicado, eu passo aqui no mínimo três vezes na semana, vai pesar no bolso. Espero que as nossas estradas melhorem e não tenha tanto buraco, já cortei uns quantos pneus — comenta.
O morador de Dona Francisca, Emanuel, 25 anos, mesmo descontente, espera que com a cobrança do pedágio, a estrada passe por melhorias.
— No primeiro momento parece ser ruim pagar, mas eu acho válido se o propósito é melhorar as vias a longo prazo. Se realmente funcionar do jeito que deve, acho que vai ser uma coisa boa — comenta o estudante.
Duplicações e terceiras faixas
O contrato do Estado com a Rota de Santa Maria é de 30 anos e prevê obras de duplicação, previstas para começar em 2024, e acabar, no máximo, em 2042. No entanto, a concessionária anunciou que vai antecipar as obras e pretende duplicar o trecho de 128 km, entre Tabaí e Novo Cabrais até 2026. Para realizar a antecipação, porém, a Rota depende do aval do Estado.
Para o santa-mariense Valmir Freitas, de 57 anos, falta comprometimento do Estado na preservação das estradas. “Espero que não leve uns 20 anos para duplicar essa faixa”, brinca o policial aposentado. A mudança incomoda, já que o adicional da tarifa será somado a outros valores que já são pagos pelos condutores.
— É ruim pra gente né, já pagamos Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e cada vez mais o Estado não cumpre a sua função e quer passar para iniciativa privada. Espero que melhore porque logo ali atrás não tem acostamento, se a gente tiver que sair ali, pode dar algum acidente, tem desnível.
Além da duplicação integral da rodovia, o contrato será marcado por obras focadas na recuperação do pavimento em áreas profundas, obras de drenagem e acostamentos; construção de duas terceiras faixas em Santa Maria (lado direito, km 227,90 ao km 228,80, e lado esquerdo km 229,00 ao km 229,90, na reta entre a “ponte” após da BASM e o trevo de Silveira Martins), e 11 melhorias de acesso.
— Antecipando a duplicação, iniciaremos o alargamento de bueiros e galerias, preparando o sistema existente para a nova pista que será implantada. Assim que emitida a autorização ambiental, a duplicação também terá início. Esperamos que isso ocorra ainda neste segundo ano de concessão — explica o diretor Geral da Rota de Santa Maria, Renato Bortoletti.
Pagamentos, dúvidas e preços
Até o momento, não houve nenhum problema grave nas pistas, apenas correções de ajustes finos de sistema. Para evitar a espera nas filas, a Rota aconselha que os condutores evitem pagar a tarifa com notas altas, como R$ 50 e R$ 100. Para agilizar o processo da devolução do troco, o recomendado é que o pagamento seja feito com os valores de R$ 5 ou R$ 10. Os pagamentos com cartões de crédito e débito também demoram mais, já que as cancelas abrem somente depois da consulta e aprovação do banco ou operadora.
Desde a autorização da cobrança pela Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs), realizada no dia 5 de outubro, as três novas equipes, integradas por 90 colaboradores, foram devidamente treinadas durante a operação assistida, procedimento que teve início no mês de agosto.
Para agilizar a passagem dos veículos, as cinco praças possuem pista exclusiva para cobrança automática, em ambos os sentidos. A tecnologia para o pagamento automático com passagem expressa é oferecido por convênio com diversas empresas. Os veículos isentos, que estão cadastrados previamente junto à concessionária, poderão utilizar as pistas automáticas e não precisarão parar nas pistas manuais. Na praça de Santa Maria, a cancela automática está localizada na ponta direita da pista.
Veja os preços de ida e volta nos pedágios:
Categoria I: Automóvel, caminhonete e furgão (2 eixos) — R$ 4,10Categoria II: Caminhão leve, ônibus, caminhão-trator e furgão (2 eixos) — R$ 8,20Categoria III: Automóvel e caminhonete com semirreboque (3 eixos) — R$ 6,20Categoria IV:Caminhão, caminhão-trator, caminhão-trator com semirreboque e ônibus (3 eixos) —R$ 12,30Categoria V: Automóvel e caminhonete com reboque (4 eixos) — R$ 8,20Categoria VI: Caminhão com reboque, caminhão-trator com semirreboque (4 eixos) — R$ 16,40Categoria VII:Caminhão com reboque, caminhão-trator com semirreboque (5 eixos) — R$ 20,50Categoria VIII:Caminhão com reboque, caminhão-trator com semirreboque (6 eixos) — R$ 24,60Categoria IX: Motocicletas, motonetas e bicicletas-moto (2 eixos) — R$ 2,10
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