George CanfieldProfessor universitário e consultor digital
Lembra daquele professor que te motivou, que te ajudou, que oferecia as aulas mais legais? Eu nunca esqueço! Todos nós, em algum momento de nossas vidas, tivemos um professor que nos inspirou a ser melhor, a buscar a nossa vocação e a acreditar nos nossos sonhos.
Hoje, mais que nunca, esse tipo de atuação é incrivelmente valiosa. Professores que vão além do seu dever de ensinar e ajudam os jovens a navegar nesse mundo cada vez mais vasto de oportunidades para suas carreiras são capazes de fazer a diferença.
Mas como é difícil exigir mais de profissionais que já lutam pela sobrevivência frente a uma crescente desvalorização da profissão, né? Parece até um tanto surreal.
Com baixos salários e jornadas exaustivas, muitos professores acabam procurando outras fontes complementares de renda, muitas vezes, totalmente fora da sua área de conhecimento. Por isso, quando penso no professor empreendedor, refiro-me àquele que motiva seus alunos no seu desenvolvimento pessoal, mas que também pode “lucrar” com as oportunidades que ele mesmo cria.
EXPERIÊNCIA E FORMAÇÃO
O fato é que esse tipo de professor (ainda) é uma verdadeira exceção, especialmente no Ensino Superior, onde deveríamos ter mais atenção para esse assunto. Acredito que a primeira causa para essa escassez está na formação e na experiência do professor – ainda são raros os casos em que o empreendedorismo faz parte da caminhada de um docente.
O segundo é uma consequência do primeiro: o preconceito de que o professor não pode usar o seu conhecimento para o seu próprio benefício. Depois de anos a fio estudando um assunto, o profissional só pode se utilizar de tudo o que sabe em slides, pesquisas ou publicações.
Acredito que essa chave pode e deve mudar. No meu caso, foram mais de 10 anos empreendendo para, só depois, voltar às salas de aula da academia para fazer mestrado. Talvez seja por isso que não consigo dissociar o papel do professor do empreendedor.
AMBIENTES DE INOVAÇÃO
É verdade que, lá na ponta, o responsável pelo ensino sempre será o professor, mas as universidades podem potencializar os efeitos desse movimento. E um belo exemplo disso são os ambientes de inovação como as incubadoras e parques tecnológicos. Estes locais são verdadeiros catalisadores do empreendedorismo.
Nesses ambientes, a teoria vira prática, e a ideia vira negócio. Alunos viram empresários e seus orientadores também! Sim, nestes ambientes os professores também têm a oportunidade de crescer junto. Este é o empreendedorismo dentro da educação, onde todos ganham. Para alguns, pode ser simplesmente uma visão diferente do mercado de trabalho, mas, para outros, pode ser a criação do seu próprio futuro profissional.
Leia todos os Colunistas