Pela terapia do riso, estudante de Medicina dedica seu tempo a crianças internadas no Husm

Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

A estudante de Medicina Kauanni Piaia, 26 anos, veio de Frederico Westphalen com a missão de levar adiante um projeto de vida que deu início na adolescência: cuidar das pessoas. E, mais do que tratar doenças físicas, ela optou em cuidar das emoções de quem passa horas, dias, meses ou até anos em hospitais. Seu foco? As crianças. Para ela, nenhuma criança deveria passar tanto tempo em um hospital. Assim, ela se dedica a fazer do tratamento também uma oportunidade para os pequenos fazerem amigos, brincar e serem mais felizes.

Dona de casa, Taís Graciano, 26 anos, passou dois anos no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) para acompanhar o filho Samuel, 3 anos, que nasceu com apneia obstrutiva crônica do sono. À espera de uma aparelho que ajudasse o pequeno a respirar à noite, ela teve que parar de trabalhar. Foi neste delicado momento que Taís conheceu a Ong Infância-Ação, onde funciona o projeto Fazendo Rir.

OPINIÃO: Visibilidade já

- Quando Kauanni soube que precisávamos de recursos para nos manter no hospital, reuniu outros voluntários e foi para a praça vender pastéis e outros lanches para nos ajudar. Ela acompanha Samuel desde que ele era bebezinho e, ainda que já esteja com alta, não perde o vínculo conosco - conta Taís.

Para aliviar o tempo de espera no hospital, Taís levava Samuel à brinquedoteca, localizada no 6º andar do Husm. Ali, duas vezes por semana, Kauanni coordena o projeto Fazendo Rir. Brincadeiras, jogos e teatro estão entre as alternativas que a futura médica encontrou para entreter os pequenos pacientes.

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- Samuel adora estar no Fazendo Rir. Até hoje, pede para voltar lá. Para ele, Kauanni é mais do que médica - emociona-se a mãe.

Foto: Arquivo Pessoal
Samuel festejou o aniversário de 2 anos com os voluntários da Ong: Kauanni (a partir da esq.), Leonardo, Mayra, Mariane, Bianca, Daiane e Bruno, no dia em que ele deu alta.

Militar, Jonathan Santos Bernardino, 26 anos, também veio para Santa Maria com a missão de ajudar a quem precisa de atenção. Há seis meses, divide a coordenação do Fazendo Rir com Kauanni. Para ele, tudo o que se faz para mudar a rotina de uma criança que está doente é recompensador. Afinal, vê-los sorrir em meio à dor é um grande presente.

- Vim de Porto Alegre e logo que cheguei aqui procurei uma instituição beneficente para atuar. Na internet, conheci o trabalho do Infância-ação e, imediatamente, me dispus a ajudar. A dedicação da Kauanni é uma motivação para o nosso grupo. As mães e as crianças adoram ela - conta o voluntário.

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BRINCAR PARA ESQUECER A DOR
Voluntária em outros grupos de voluntariado, nos horários em que não está na aula, Kauanni não resiste a nenhuma oportunidade de estar entre as crianças.

Encantada com a pureza do universo infantil, para ela, o melhor lazer é brincar com quem ainda viveu pouco, mas tem muito a contribuir com a vida complicada dos adultos. Além disso, Kauanni quer passar para as crianças a mensagem de que, apesar da dor, o mundo é colorido e, independentemente de tudo, sempre vale a pena brincar.

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- Não consigo me imaginar fazendo outra coisa. Minhas tardes de sábado são para eles. É um mundo diferente. Um dia minha mãe investiu em mim. Todo indivíduo tem alguém que acredita e investe nele. Cuidar dos pequenos é retribuir esse investimento e o bem que recebo todos os dias - afirma a estudante.