A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lançou, nesta quinta-feira, um guia inédito com recomendações que visam estimular a prática de atividades físicas por crianças e adolescentes. O documento é voltado aos pais, à escolas e aos pediatras.
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Para os pediatras, mesmo bebês que ainda não começaram a se arrastar ou engatinhar devem ser estimulados a serem fisicamente ativos. Neste caso, a dica é incentivar os pequenos a tentar alcançar, puxar ou empurrar objetos, por exemplo, de forma a mover a cabeça, corpo e membros. Já para as crianças que já conseguem andar sozinhas, o manual recomenda ao menos 180 minutos de atividades que podem ser divididas durante o dia.
– Claro que não pode exagerar. A criança tem que ter o horário de descanso dela. Não pode forçar, é algo mais lúdico – afirma o pediatra Ricardo do Rêgo Barros, que atua na área de medicina do esporte na SBP e coordenou a elaboração do documento.
Se, por um lado, o manual recomenda um tempo mínimo de atividades para os pequenos, é taxativo quanto ao tempo recomendado em frente às telas de tablets, celulares e TVs para crianças até dois anos: zero. Acima dessa idade, o máximo é de até duas horas.
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– O que queremos acabar é com a inatividade. Temos hoje crianças e adolescentes muito ligados às telas. Queremos estimular uma vida mais saudável – diz o coordenador.
OUTRAS IDADES
O tempo mínimo indicado para atividades varia nas outras faixas etárias. Para crianças de três a cinco anos, a recomendação é de pelo menos 180 minutos de atividades de qualquer intensidade ao longo do dia, em especial aquelas que desenvolvam a coordenação motora. A partir dessa faixa etária, atividades físicas estruturadas, como natação, danças, lutas, podem ser incluídas, de acordo com o guia.
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Segundo Barros, a falta de uma recomendação anterior para algumas atividades, como natação, ocorre devido ao baixo número de evidências de benefícios significativos à saúde.
– O que sabemos hoje em dia é que os benefícios da natação para bebês [menores] não são tão significativos. Se quiser como sociabilização, uma brincadeira, não tem problema. Mas não como indicação médica – afirma.
Já para crianças de 6 anos até adolescentes de até 19 anos, o manual recomenda pelo menos 60 minutos de atividade física moderada a vigorosa, como pedalar, nadar, correr, saltar ou atividades que tenham, no mínimo, a intensidade de uma caminhada, informa o documento. Também é possível fazer musculação, contudo é necessário supervisão personalizada e com equipamentos adequados.
– O que sugerimos é que nos meninos seja depois do estirão do crescimento, mais ou menos após 14 e 15 anos, e nas meninas, depois da menstruação – diz.
Segundo o documento, é preciso supervisão na prática de exercícios, pois eles podem contribuir para aumentar os níveis circulantes do hormônio do crescimento e o fator estimulante desse hormônio. Se não houver suporte, informa o manual, exercícios feitos de forma extenuante podem reduzir o ganho de altura, o que ocorre quando há a inibição desses hormônios. O acompanhamento também é importante para evitar lesões.
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De acordo com a SBP, a ideia de elaborar um documento com recomendações de atividades para as diferentes faixas etárias ocorre diante do aumento da obesidade no país -hoje, 18,9% dos adultos são obesos. Entre as crianças de cinco a nove anos, esse índice é de 14,3%, segundo dados de 2009 da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), do IBGE.
Veja as recomendações. Manual completo pode ser acessado neste link.
