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OPINIÃO: As instituições de ensino superior respeitam as diferenças de seus acadêmicos?

Martha Souza

As diferenças circulam nos mais variados espaços. Essa heterogeneidade também está presente nas Instituições de Ensino Superior (IES). Santa Maria possui 8 IES, sendo elas: a UFSM, Unifra (recentemente atingiu o status de Universidade Franciscana por ter alcançado nota máxima do MEC), Ulbra, Fames, Fisma, Fadisma, Fapas, Instituto Federal Farroupilha e os Polos de Educação a Distância – EAD. O questionamento é: estamos considerando as dessemelhanças de nossos alunos nesses lugares? Respeitar as diferenças é (deveria ser) básico. 

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Está mais do que na hora de abordar conteúdos que envolvam a discriminação, pois é sabido que afeta a autoestima dos acadêmicos, interferindo no seu aprendizado, e muitas vezes, gerando evasão dos bancos da faculdade. Valorizar diversas culturas, classes sociais, raças, gênero, portadores de deficiência (física, auditiva, visual) entre outras, pode e deve fazer parte do nosso cotidiano nas universidades. Além disso, é preciso que alunos e professores repudiem todo e qualquer tipo de segregação. Muito melhoramos nesse sentido: rampas de acesso, trilhos nos pisos visando guiar pessoas com dificuldade de acuidade visual, elevadores amplos e tantas outras providências, as quais percebemos, com muita alegria. 

O Husm, inclusive, conta com uma cadeira de rodas para auxiliar um aluno cadeirante nas aulas práticas de cirurgia do curso de Medicina da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Entretanto, temos os fatores pessoais. Aqueles valores que são colocados na nossa bagagem ao longo de nossas vidas. Esses que são repassados pela família, escola, mídia, religião e sociedade em geral. Muitas vezes, essas convicções podem nos deixar receosos com o desconhecido. De minha parte, posso dizer que vamos muito bem nesse quesito em Santa Maria. Trabalho como professora em uma IES na qual, com frequência, participamos de capacitações, debates e eventos que proporcionam uma reflexão ampliada sobre o tema para melhorarmos nossas posturas. 

Tenho uma filha que cursou Odontologia na UFSM e é portadora de acondroplasia. Trata-se de uma displasia óssea a qual gera baixa estatura e alteração do arcabouço ósseo. Posso garantir que ela teve professores excelentes, bons e alguns que não conseguiram compreender a sua diferença. Nesse momento, compartilho com vocês que a vivência acadêmica dessa odontóloga foi muito além do satisfatório. 

Houve professores que souberam valorizar a sua diferença, o que certamente influenciou para a finalização do seu curso no tempo correto, e, além disso, para que sua formação colaborasse para que fosse aprovada em seu primeiro concurso público. Respeitar envolve ter interesse pelo outro, desenvolver empatia e descobrir pontos em comum, até, quem sabe, conquistar admiração por quem é diferente de nós. Estamos no tempo de renovar nossos conceitos e buscar compreender o que nos é estranho.

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