Finalmente, chegou o segundo turno das eleições, e quanta relevância! No domingo, os eleitores irão escolher o presidente do país e o governador do Rio Grande do Sul, ambos para os próximos quatro anos. Nada mais democrático do que o cidadão poder escolher o melhor projeto que julgar para o Estado e o Brasil.
Só que a campanha tomou uma proporção muito além do debate político e se tornou desgastante e estafante. A política faz parte da nossa rotina, portanto precisamos participar, opinar. Só que a eleição de 2022 ganhou um tom de agressividade e de violência que a maioria dos eleitores, especialmente aqueles que não têm a obrigação de acompanhar diariamente, prefere se desviar do tema até para não brigar ou perder um vizinho ou a amizade de um familiar, de um amigo.
Afinal, evocamos tanto a democracia, mas, ao mesmo tempo, não conseguimos exercê-la diante de uma campanha com discurso de ódio e de intolerância. Isso porque não se respeita opiniões divergentes, ou seja, a escolha do candidato A ou B. O melhor da democracia é sua pluralidade, diversidade de opiniões, tudo o que não conseguimos contemplar nesta campanha. É melancólico o fim deste segundo turno. E os candidatos tanto a presidente quanto a governador têm muita culpa pelo que apresentaram aos eleitores: troca de acusações, erros e malfeitos de um lado e de outro. Em resumo, muita baixaria que só ajudou a acirrar os ânimos.
É compreensível a ilusão e o desânimo dos eleitores, mas faço um apelo para que não deixem de votar neste domingo. Quanto mais abstenção, menos a vontade popular prevalece. E, independentemente de quem vencer, é preciso respeitar o resultado das urnas, ele é soberano, e também é legítima a comemoração dos vencedores e apoiadores.Mais do que o governador e presidente escolhidos, a grande vitória tem de ser do voto da paz e da tolerância, da celebração da democracia.