Nova categoria e nova faixa etária marcam o retorno do 18º Juvenart

Gaitas, violões, prendas e peões voltaram recentemente a ensaiar para festivais e competições como o 18º Concurso Estadual de Danças Tradicionais Categoria Juvenil (Juvenart), que recebeu jovens de todo o Estado, e até do país, para celebrar a cultura gaúcha. A edição deste ano ocorreu no Recanto Maestro, no Centro Esportivo Educacional Antonio Meneghetti.O evento foi criado por Arion Pilla, em 2002, no CTG Sentinela da Querência, onde o filho de Arion, Lucca Pilla, dançava. A primeira edição surgiu de forma despretensiosa, como uma experiência e, mesmo assim, recebeu 21 grupos e se consolidou por 18 edições no Estado.— Se naquela época era um evento feito de pai para filho, hoje, é um evento feito por muitos e para o Estado inteiro. Na verdade, para o país inteiro, pois já recebemos entidades do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e do Paraná por muitos anos — comenta o Arion, que coordena o Juvenart desde a primeira edição.Atualmente, o concurso é organizado pelo CTG Sentinela da Querência, em parceria com o Movimento Tradicionalista Gaúcho, Universidade Federal de Santa Maria e a prefeitura de Santa Maria. A edição deste ano passou por adaptações devido aos dois anos de pausa, como incluir jovens de 19 anos no concurso (sendo que antes a idade máxima era 18 anos incompletos), retornar com as danças individuais, como Chula e Danças Gaúchas de Salão, e a criação da categoria Júnior:— O nosso evento exige nove danças, e sorteamos três inicialmente. Depois, na final, sorteamos mais três dentre as seis que sobraram. Só que, neste ano, teve que gente que não tinha nove coreografias para dançar. Então, nós criamos a categoria Júnior, e 20 entidades se inscreveram nessa modalidade — explica Arion.

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A iniciativa surtiu efeito positivo, e permitiu a participação de centros pela primeira vez, como o Sentinela do Rio Grande, da cidade de Glorinha:— A invernada se preparou há dois meses direto para o evento. Com ensaios à noite, sábados pela tarde e domingos, o dia inteiro. Tínhamos o sonho de vir ao Juvenart, mas parecia muito distante da nossa realidade, pois alguns dançarinos já estavam completando 19 anos — relata Elusa Splinder, coordenadora do CTG.O grupo se inscreveu na categoria Júnior e conseguiu se classificar na sexta-feira para as finais deste domingo. Para participar do evento, o CTG realizou ações como bingo para conseguir arrecadar dinheiro para a viagem e, também, contou com o apoio da prefeitura e da Secretaria de Cultura do município.O concurso também contou com a presença de quem participa desde 2012, como o PTG Bocal de Prata, de Osório, que concorreu neste ano na modalidade Júnior. Segundo o instrutor do Piquete, Rafael Brandão, o Juvenart é importante para manter viva a tradição do Estado e incentivar o retorno dos juvenis para a invernada:— Assim como todos os festivais estaduais, ele é muito importante. Acredito que a galera não quer ficar só dentro do tablado, dentro do salão, a gente quer mostrar nossa arte, nossa cultura, e o Bocal quer mostrar a cultura litorânea, essa é a intenção. O Juvenart, aqui no Coração do Rio Grande, abrange todo mundo, de todos os lugares, e essa é a magia do festival. A gente fica muito feliz de ter dançado sexta-feira e classificado para o domingo, dançando e se sentindo com o dever cumprido — celebra Rafael.

A realização do evento fora de Santa Maria ocorreu por conta de desencontros de datas e questões estruturais com os locais da cidade, mas a ideia é voltar a realizar o evento no Coração do Rio Grande ainda em 2023, assim que as estruturas estiverem disponíveis. 

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