O dispositivo, que costuma funcionar com bateria, acionada para esquentar um líquido que geralmente contém nicotina, aromatizante e outros produtos químicos, pode parecer menos ofensivo do que o tabaco, porém a pneumologista Alessandra Fleig afirma que ele é tão prejudicial quanto o cigarro comum:
– Já temos visto complicações descritas na literatura de doença pulmonar aguda grave pela inalação do vapor, mas em longo prazo não temos respostas. Com certeza é prejudicial ao pulmão. Não há um controle de qualidade e não sabemos exatamente o que estamos inalando. Não é uma opção mais saudável, com certeza.
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Embora o uso seja recente, estudos apontam que o cigarro eletrônico aumenta o risco de infarto agudo do miocárdio e de doenças respiratórias e pulmonares, como a asma. Além disso, possui em sua composição substâncias reconhecidamente cancerígenas.
Por conter nicotina líquida, pode causar dependência química, conforme o Ministério da Saúde.
VENDA PROIBIDA
A venda de cigarros eletrônicos é proibida no Brasil desde 2009 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mesmo assim é fácil encontrar cigarros eletrônicos sendo comercializados, especialmente na internet.
Cigarro comum é a segunda maior causa de mortes por câncer no Brasil. Foto: Marcelo Oliveira (Diário)
DEPENDÊNCIA QUÍMICA
No Dia Mundial Sem Tabaco, além da preocupação com o aumento do uso de cigarro eletrônico, a dependência química à nicotina segue sendo importante. Considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a maior causa evitável isolada de adoecimento e mortes precoces em todo o mundo, o tabagismo é responsável por cerca de 8 milhões de óbitos por ano no mundo. De acordo com pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), durante a pandemia da Covid-19, houve um aumento do consumo de cigarro comum devido aos problemas emocionais causados pelo isolamento. 34% dos fumantes brasileiros aumentaram a quantidade de cigarros consumidos nesse período.
CÂNCER DE PULMÃO
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de pulmão é o segundo mais comum em homens e mulheres no Brasil. Em cerca de 85% dos casos diagnosticados, a doença está associada ao consumo de derivados de tabaco. Conforme o Inca, a taxa de sobrevida relativa em cinco anos para câncer de pulmão é de 18% em média (15% para homens e 21% para mulheres). Apenas 16% dos cânceres são diagnosticados em estágio inicial, para o qual a taxa de sobrevida de cinco anos é de 56%.
DEIXE DE FUMAR
Com o intuito de auxiliar quem deseja largar o vício, o grupo de apoio “Deixando de Fumar Sem Mistérios” foi criado. O projeto de Extensão é vinculado à Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), e conta com a participação de acadêmicos dos cursos de Farmácia e Medicina. O projeto consiste em oferecer apoio, informação e tratamento para quem deseja parar com o consumo de produtos derivados do tabaco.
A iniciativa, que começa neste mês de junho, terá quatro encontros, realizados uma vez por semana, com duração de 1h, em média. Mais informações no Instagram.
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