_ Praticamente todos os indiciamentos da Polícia Civil serão acompanhados pelo Ministério Público. Ainda estamos analisando o inquérito, mas, pelo que verificamos, um ou dois podem não ser denunciados e vamos incluir alguns nomes que deveriam ter sido citados pela polícia e não foram. Mas serão os mesmos crimes _ explica o promotor.
Além de Dutra, o promotor Maurício Trevisan trabalha no caso.O MP não estipula prazo, mas deve concluir a denúncia nos próximos dias. A expectativa dos promotores de concluir a análise do inquérito policial até o final de agosto _ o trabalho começou em 22 de julho _ acabou não se confirmando. Conforme Dutra, porque, nas últimas semanas, houve um acúmulo de inquéritos policiais envolvendo suspeitos presos, que, por lei, têm prioridade em relação a outros casos.
No dia 18 de julho, a Polícia Civil indiciou 18 pessoas, num total de 22 indiciamentos (alguns nomes se repetem em mais de um crime) pelos crimes de falsidade ideológica, falso testemunho, fraude processual, prevaricação e crimes contra a administração do Meio Ambiente. Entre os indiciados, estão ex-donos da boate e servidores municipais.
O inquérito investigou irregularidades na concessão dos alvarás que permitiram que a Kiss começasse e se mantivesse funcionando até se incendiar na madrugada de 27 de janeiro de 2013, levando à morte 242 pessoas. Os fatos apurados ocorreram de 20 de abril de 2009 até o dia da tragédia.
Para que os denunciados pelo MP se tornem réus, é preciso que o juiz Ulysses Fonseca Louzada acolha a denúncia. O processo tramita na 1ª Vara Criminal de Santa Maria."