Médico suspeito de registrar ponto e faltar ao trabalho no Husm sai da cadeia

O médico Airton Kwiatkowski suspeito de registrar ponto e não trabalhar no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) foi solto na tarde da última sexta-feira após pagamento de fiança. Ele ocupava uma cela na Base Aérea da cidade desde o dia 11 de fevereiro.

Segundo o advogado do médico, Cristiano Urach, o réu pagou a fiança estipulada pela Justiça e, por isso, teve a liberdade concedida. O pagamento ocorreu após pelo menos dois pedidos de liberdade terem sido negados pela Justiça. O caso tramita na 2ª Vara Federal de Santa Maria.

O cirurgião torácico e professor de Medicina da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) foi preso porque, segundo a Polícia Federal, estaria ameaçando testemunhas do caso.

Conforme a denúncia do Ministério Público Federal, Kwiatkowski responderá por estelionato e crime continuado contra a União, por obter um benefício de modo ilícito contra um órgão público e cometê-lo várias vezes.

Em um trecho da denúncia, a procuradora da república Paula Martins-Costa Schirmer afirma que "a vantagem ilícita obtida pelo agente consistiu no recebimento de remuneração integral quando não desempenha totalmente suas atividades, aliado a provável viabilização da realização de atividades privadas remuneradas durante o horário de trabalho no Husm."
O advogado do réu diz que vai analisar a íntegra do processo para apresentar a defesa escrita. Ele tem prazo de 10 dias.

O caso começou a ser investigado pela Polícia federal no ano passado, antes da aposentadoria do médico. Imagens de câmeras de segurança do Husm mostram o cirurgião em diferentes dias chegando para trabalhar pela manhã, passando a digital para o registro do ponto e, minutos depois deixando o hospital. As imagens também mostram o retorno do médico, à noite, quando ele registrava a sua saída. Em uma das gravações, o cirurgião deixa o hospital três minutos depois do registro de entrada do ponto.