Depois do caso Bernardo Boldrini, Estado cria patrulha para proteger crianças e adolescentes de maus-tratos

Depois do caso Bernardo Boldrini, Estado cria patrulha para proteger crianças e adolescentes de maus-tratos

Reprodução

O Rio Grande do Sul começou a implementar um novo programa voltado à proteção de crianças e adolescentes submetidos a situações de maus-tratos. Denominada Patrulha Bernardo, a ação foi apresentada pelo Ministério Público (MP) nesta quinta-feira (11), em Uruguaiana, e tem como propósito interromper ciclos de violência e ampliar a rede de cuidado às vítimas.

+ Receba as principais notícias de Santa Maria e região no seu WhatsApp

A patrulha inicia suas atividades em Uruguaiana e, de forma progressiva, será expandida para outras cidades do Rio Grande do Sul. O projeto busca fortalecer a proteção integral de crianças e adolescentes, diante de índices que seguem elevados no Estado.

Em 2023, o Rio Grande do Sul registrou mais de 4 mil casos de estupro de vulnerável e 2,7 mil ocorrências de maus-tratos, evidenciando a necessidade de políticas públicas específicas e contínuas.


Como funcionará 

A iniciativa atuará na fiscalização de medidas protetivas concedidas pelo Judiciário a crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica e familiar. O modelo seguirá lógica semelhante à da Patrulha Maria da Penha, que acompanha mulheres ameaçadas ou agredidas.

Equipes da Brigada Militar serão responsáveis pelas visitas domiciliares e escolares, verificando o cumprimento das determinações judiciais e realizando ações de prevenção. A patrulha integra uma rede formada pelo Ministério Público, Judiciário, Polícia Civil e órgãos municipais.

A patrulha homenageia Bernardo Boldrini, menino de 11 anos assassinado em abril de 2014, em um caso que chocou o país pela brutalidade e pela participação de familiares. Bernardo desapareceu em Três Passos e teve o corpo localizado 10 dias depois, enterrado em uma área rural de Frederico Westphalen.

O pai, o médico Leandro Boldrini, foi apontado como o articulador do crime e condenado, em 2023, a 31 anos e 8 meses de prisão. A madrasta, Graciele Ugulini, foi considerada responsável pela execução e recebeu pena de 34 anos e 7 meses, somada a outros crimes. Edelvânia Wirganovicz, que participou da ação, havia sido condenada a 22 anos e 10 meses, mas foi encontrada morta na prisão, enquanto o irmão dela, Evandro Wirganovicz, recebeu pena por auxiliar na ocultação do corpo.

Leandro cumpre pena no regime semiaberto em Santa Maria. Ele teve o registro médico cassado em fevereiro de 2025, após pedido do Ministério do Público.

Graciele teve progressão para o semiaberto autorizada pela Justiça em abril de 2025. 

Pai de Bernardo, Leandro Boldrini (esq), Graciele Ugulini, madrasta, Edelvânia e Evandro Wirganovicz foram culpados pela morteReprodução

O caso expôs falhas graves no sistema de proteção à infância, já que Bernardo havia procurado auxílio anteriormente, relatando negligência e violência familiar. A criação da Patrulha Bernardo ocorre, portanto, como resposta institucional para fortalecer mecanismos de prevenção e acompanhamento.


Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Depois do caso Bernardo Boldrini, Estado cria patrulha para proteger crianças e adolescentes de maus-tratos Anterior

Depois do caso Bernardo Boldrini, Estado cria patrulha para proteger crianças e adolescentes de maus-tratos

Rua de Santa Maria é isolada após apreensão de artefatos explosivos; quatro pessoas são presas Próximo

Rua de Santa Maria é isolada após apreensão de artefatos explosivos; quatro pessoas são presas

Polícia/Segurança