Para um mundo que cada vez mais escolhe a forma e não o conteúdo, a verdade não agrada. Sim, a verdade não pode ser dita e, se por algum motivo pensar em dizê-la, pense muito como, quando e onde dizê-la para não se incomodar. O pai não repreende, a mãe não chama a atenção, o professor (este, coitado, talvez seja o que mais sofre) tem tudo o que diz filmado, comentado, distorcido e até processado. Não importa o que se diz desde que o tom de voz seja baixo, seus modos sejam impecáveis e a etiqueta seja de acordo com o grupo que lhe ouve. O diferente, o pensar fora da massa, o questionar os fatos, isso ninguém quer saber.
Além disso, questionar resultados e compará-los, nem pensar! O conteúdo deu lugar à forma. O bolo pode ser azedo, mas, se estiver bonito, eu como. Os discursos são vazios, vazios de ação e trabalho de construção. Dizem que quem questiona, duvida ou não concorda com um pensamento (que parece comum) é negacionista. O que será que é negado? Estamos precisando de mais conteúdo, conteúdo formativo de fato. Números que mostram a realidade dos fatos e vê-los comparados a outros países. São fatos: o mundo vive uma pandemia e os reflexos dela vão ser sentidos por anos. Há uma importante guerra que mexe com a balança financeira de todo o continente, e o Brasil foi roubado, fato que está documentado e é consequência de vários processos internacionais. O dinheiro da Petrobras, sumiu.
Negar este fato é negacionismo. Os jovens ficaram dois anos sem aula e alguns ainda estão, na UFSM, com aulas online. Estamos enfrentando e vamos enfrentar consequências incalculáveis. A questão ambiental não se resume a queimadas na floresta Amazônica. Aqui chamo atenção especial ao lixo que cada um de nós produz diariamente e seu destino, que é um fato alarmante.
Enfim, são muitas questões a serem abordadas e que vemos de “autoridades” da retórica e da fala fazendo discursos imponentes e majestosos de forma brilhante, mas com conteúdo bem questionável. Estamos cercados de “bolos bonitos”, mas azedos, sem conteúdo, sem resultados. Para quem vive no mundo do conteúdo recomendo ir à luta. Usem todas as formas de comunicação para tentar achar a verdade. Se não o melhor conteúdo, com a melhor forma – um equilíbrio entre os dois. E se um tiver que prevalecer, que seja o conteúdo: ele não tem preconceitos, pois, diferente da forma, aceita todas elas sem discriminação desde que seja verdade. Sim, a ética está à frente da estética, eu acredito.
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