A sindicância que foi aberta para apurar se houve irregularidade no atendimento ao filho do vereador Admar Pozzobom no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) pode ter seu desfecho em 30 dias. O setor jurídico da instituição vai analisar a formalidade do processo e pretende, nesse período, emitir um parecer para a superintendência do hospital, mas esse prazo pode ser prorrogado. O advogado e chefe do setor, Cláudio Maldaner, explica que a demanda administrativa é muito grande. Esse tipo de procedimento não tem prazo para ser finalizado.
– Temos que pensar no que é mais importante para o hospital, principalmente a compra de medicamentos. A gente procura dar prioridade em processos de sindicância, mas não tem um prazo específico. Pretendemos analisar o mais breve possível – disse Maldaner.
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Conforme o superintendente substituto do hospital, João Batista Vasconcellos, a sindicância foi aberta no dia 10 de março. A comissão, composta por três pessoas – servidores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que administra o local – , foi escolhida pela diretoria do hospital. Elas trabalham diariamente no complexo e, em casos como esse, acumulam a função por ter experiência em processos de sindicância.
– O objetivo da comissão é avaliar se houve irregularidade no atendimento e, além disso, apurar a conduta de médicos e de funcionários, e se alguém agilizou o atendimento do filho do presidente da Câmara de Vereadores – esclarece Vasconcellos.
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A comissão ouviu dez pessoas, entre médicos, enfermeiros e toda a equipe envolvida no dia do procedimento. Imagens das câmeras de segurança foram analisadas. Essa primeira etapa encerrou-se no final do mês de maio com o relatório preliminar da comissão. O prazo teve que ser estendido pelo número de pessoas que prestaram depoimento. O processo chegou ao setor jurídico no dia 19 de junho e, agora, aguarda análise.
O CASO
No dia 9 de fevereiro deste ano, Giovani Cassol Pozzobom, 28 anos, foi atendido no Husm depois de ter sido encaminhado com um pedido de urgência por um médico particular. Em menos de cinco horas, o jovem passou por uma cirurgia de apendicite. O problema estaria, segundo o próprio hospital, na forma como ele chegou, sem passar pela rede pública de saúde. Além disso, o jovem teria sido atendido enquanto 61 pacientes aguardavam na fila do pronto-socorro, que estaria superlotado. Na época, a direção do hospital afirmou que a cirurgia de apendicite feita no paciente não sei encaixa no quadro de alta complexidade que é a referência no Husm. O presidente do Legislativo disse que não foi informado sobre o processo e está aguardando o resultado para tomar as providências.