Clima

Inverno é o mais quente dos últimos 10 anos em Santa Maria 

Haja saúde, haja bom humor e haja criatividade para criar modelitos que agasalhem no fresquinho da manhã e do fim da tarde e que não nos façam suar no resto do tempo, durante esse o veranico fora de época em Santa Maria.

Desde que a estação (que deveria ser a mais fria do ano) começou, o que mais se vê por aí é gente de manga curta, vestidinho, bermuda e chinelo, enquanto os agasalhos ficam encalhados nos armários e nas vitrines. Afinal, esse é, por enquanto, o julho com as maiores temperaturas máximas registradas nos últimos 10 anos. No fim de semana, o jogo vai mudar (e esfriar), mas não por muito tempo: a loucura nos termômetros, dizem os especialistas, vai continuar.

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– No sábado, a gente vai ter temperaturas de 26°C, 27°C, mas, no domingo, chove um pouquinho e já esfria bastante. De segunda até a próxima sexta, vai ser bem frio, com mínimas abaixo dos 5ºC. Mas, entre os dias 25 e 26 de julho, já esquenta de novo, chove, e podemos ter temperaturas de até 30ºC – diz o meteorologista Gustavo Verardo, formado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

CALORÃO ACIMA DA MÉDIA

De acordo com a coordenadora técnica em meteorologia da Somar, Patricia Vieira, as temperaturas mínimas registradas neste mês estão na média esperada para julho. Já as máximas, segundo ela, estão mais elevadas do que o normal para o mês (19,6ºC) e já são as maiores registradas nos últimos 10 anos. Segundo a meteorologista, as temperaturas estão mais altas por causa da chuva menos frequente neste mês.

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– Esse valor de temperatura máxima média de julho de 2017, até agora, está acima do normal para o período e é o maior valor médio dos últimos 10 anos. Mas, muito cuidado com essa informação: o mês ainda não acabou! Teremos, ainda, uma semana quente, mas, a partir do fim de semana, uma forte onda de frio, que será um pouco mais duradoura do que as últimas, chega ao Estado e vai, com certeza, mudar os valores da média até o final do mês. A temperatura, em Santa Maria, pode chegar perto de 0°C entre terça e quarta-feira, e as máximas ficarão entre 12ºC e 16ºC – diz Patricia.

Foto: Lucas Amorelli / New Co DSM

Se as máximas estão mais altas do que o previsto, o frio, sobretudo aquele que se intensifica pela manhã, está na medida, acrescenta a coordenadora:

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– As temperaturas mínimas deste ano, em julho, estão bem próximas da média climatológica, que é de 9,5ºC. Mas, em outros anos, tivemos temperaturas até mais altas, como em 2014 e em 2015. A percepção, neste inverno, é que deve estar diferente da do ano passado. Isso porque, em 2016, tivemos várias sequências de ondas de frio em julho, uma em cima da outra, e temos, ainda, esta memória. Agora, também estamos tendo ondas de frio, mas de forma mais espaçada e menos intensas.

FENÔMENOS

De acordo com Verardo, o inverno vai mesmo ser todo assim, de alternância entre frio e calor, em decorrência da ausência dos fenômenos La Niña e El Niño, que não estão atuando na região nesta estação:

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– Como esses fenômenos, que são de escala global, não estão atuando, temos uma incidência maior de bloqueios atmosféricos, que mantêm essa condição de calor e sol para a gente. Para os professores Nathalie Boiaski e Vagner Anabor, do Grupo de Modelagem Atmosférica de Santa Maria (Gruma), da UFSM, além da situação típica de um ano neutro, em decorrência da ausência de sinais claros do El Niño e da La Niña, o regime de ventos próximo da região Polar, ao sul da Patagônia, impede que as massas de ar avancem com força sobre o sul do Brasil.

 CALORÃO É COMUM

Foto: Lucas Amorelli / New Co DSM

O chefe da seção de previsão do tempo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Gil Russo, explica que, geralmente, o inverno tem dias mais quentes. A diferença, destaca ele, é que, neste ano, os períodos de calor têm sido mais longos:

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– Com a chegada dessa onda polar, que chega no final de semana, as temperaturas vão baixar bastante e, depois disso, não vai mais ser esse calorão. Essa onda vai ser a mais fria de todas, até agora. Depois disso, teremos novamente temperaturas mais amenas. Mas, só volta a esquentar, mesmo, em outubro. 

 O jeito é preparar os casacos e também as roupas leves para não se pego desprevenido.

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