UFSM realiza 1º Seminário de Cinoterapia e apresenta resultados de oito anos de pesquisas

UFSM realiza 1º Seminário de Cinoterapia e apresenta resultados de oito anos de pesquisas

Foto: Reprodução / Julia Cervo

A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) promoveu, nesta sexta-feira (12), o 1º Seminário de Cinoterapia: Ciência, Amor e Resultados, no Auditório do Centro de Ciências da Saúde (Prédio 26B). O evento, gratuito e aberto ao público, reuniu especialistas, estudantes, profissionais da saúde e Bombeiros Cinotécnicos para debater evidências científicas, práticas de cuidado e experiências envolvendo a interação terapêutica entre humanos e cães.

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Realizado das 8h30min ao meio-dia e das 13h30min às 17h, o seminário teve como objetivo apresentar estudos, relatos e dados acumulados ao longo de oito anos de atividades desenvolvidas pelo projeto de Cinoterapia da universidade, especialmente na área da saúde mental.


Projeto

Foto: reprodução

O projeto Cinoterapia no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) atua desde 2017 como uma intervenção terapêutica que utiliza cães para auxiliar na recuperação de pacientes. A iniciativa é realizada em parceria entre a Unidade de Saúde Mental Paulo Guedes e o Corpo de Bombeiros Militar, que prepara e acompanha os animais durante as atividades.

Ao longo dos anos, a prática desenvolvida no hospital passou a integrar as linhas de estudo do Grupo de Pesquisa Cuidado em Saúde Mental e Formação em Saúde, vinculado ao curso de Enfermagem da UFSM. O grupo busca investigar, de forma científica, os efeitos da cinoterapia tanto no bem-estar dos pacientes quanto no cotidiano dos profissionais de saúde envolvidos no cuidado. Atualmente, o projeto conta com três cães terapeutas –Sheik, Max e Molly, dois labradores e um border collie – treinados para interagir com diferentes perfis de pacientes e apoiar as ações assistenciais no HUSM.

A professora doutora e líder do Grupo de Pesquisa Cuidado em Saúde Mental e Formação em Saúde da universidade, Daiana Foggiato de Siqueira, 38 anos, destacou que o evento simboliza um marco para o projeto. Ela explica que passou a integrar a iniciativa em 2019, quando ingressou como docente na instituição, e desde então atua no aprofundamento científico sobre os impactos da cinoterapia nos usuários dos serviços de saúde mental.

Este seminário representa um momento muito significativo. Ele reúne os resultados construídos ao longo desses anos, tanto em pesquisa quanto em extensão. Nosso objetivo é dar maior visibilidade ao trabalho e evidenciar a importância da cinoterapia como uma prática humanizadora no cuidado em saúde mental, afirma a professora. É uma abordagem que complementa o tratamento convencional, ultrapassando o uso exclusivo de medicação e oferecendo novas possibilidades de cuidado – afirma. 

Conforme a professora, o grupo pretende ampliar as pesquisas na área e fortalecer a continuidade das atividades de extensão. Segundo ela, a expectativa é seguir desenvolvendo o projeto com novas abordagens e diferentes linhas de investigação. A docente explica ainda que um doutorando passará a integrar a equipe, dando sequência aos estudos e aprofundando outros aspectos da cinoterapia e de seus efeitos terapêuticos.

O seminário também contou com apresentações de profissionais que atuam diretamente nas intervenções assistidas por cães, além de debates sobre protocolos, treinamentos, segurança, impactos emocionais e benefícios clínicos observados em diferentes públicos.

Com o encerramento do evento, a UFSM reforça seu compromisso com práticas inovadoras e humanizadas de cuidado, consolidando a cinoterapia como uma área em expansão dentro da pesquisa e da extensão universitária.

Foto: Reprodução / Julia Cervo

Cinoterapia 

A cinoterapia, também conhecida como Terapia Assistida por Cães (TAC), é uma prática que utiliza cães treinados como facilitadores no cuidado em saúde, contribuindo para tratamentos físicos, cognitivos e emocionais. Baseada na interação entre humanos e animais, a técnica promove bem-estar ao reduzir níveis de estresse e ansiedade, além de estimular processos ligados à comunicação, socialização e autoestima. Estudos mostram que o contato com os cães aumenta a liberação de hormônios associados ao bem-estar, como ocitocina e serotonina, ao mesmo tempo em que diminui o cortisol, relacionado ao estresse – efeitos que tornam a intervenção um importante complemento aos tratamentos convencionais.

A atuação é conduzida por uma equipe multidisciplinar, que pode incluir psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e outros profissionais da saúde. Os cães atuam como “co-terapeutas”, participando de atividades que variam conforme os objetivos de cada pessoa atendida, desde respostas motoras e estímulos sensoriais até fortalecimento de vínculos sociais.

Os benefícios da cinoterapia são amplamente documentados: na saúde mental, ajuda a reduzir sintomas de ansiedade e depressão e aumenta a motivação; na saúde física, contribui para a melhora da frequência cardíaca, da pressão arterial e da resposta imunológica. Também favorece o desenvolvimento da fala, das habilidades motoras e da socialização, especialmente em crianças.


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