General de Exército Carlos Bolivar Goellner, 63 anos, deixará Comando Militar do Sul no final de abril

Uma tropa representativa do efetivo da 3ª Divisão de Exército (3ª DE) se reuniu, na manhã desta quarta-feira, para se despedir do general de Exército Carlos Bolivar Goellner. O militar entrará para a reserva depois de atuar como comandante do Comando Militar do Sul (CMS) durante três anos. A solenidade ocorreu no pátio de formaturas do 1º Regimento de Carros de Combate (1º RCC), no bairro Boi Morto.

Nascido em Santa Maria em 1950, Bolivar dedicou 47 anos de sua vida ao Exército Brasileiro, servindo na guarnição da cidade em diferentes momentos da carreira. Ele é casado com Mafalda Goellner e tem dois filhos, Jerônimo e Lucrécia. O militar foi o primeiro santa-mariense a ocupar o cargo, o qual deixará no fim do próximo mês. Será em abril que ele passará o comando dos militares da Região Sul para o general de Exército Antônio Hamilton Martins Mourão, que é o vice-chefe do Departamento de Educação e Cultura do Exército (Decex), no Rio de Janeiro.

Antes da solenidade que marcou a despedida, o general Bolivar concedeu entrevista ao Diário. Mais à vontade, sem a tradicional boina, ele avaliou o atual momento do Exército Brasileiro, com transformações tecnológicas e novas exigências aos militares.

Serão mais de R$ 500 milhões em investimentos

Ao longo da próxima década, Santa Maria deve receber o equivalente a uma arena da Copa do Mundo em investimentos militares. O Centro de Adestramento e Avaliação-Sul (CAA-Sul) será um complexo que, funcionando, treinará entre 500 e 1,5 mil militares ao mesmo tempo.

Comandante da subchefia responsável pelo planejamento estratégico do Exército, o coronel Carlos José Sinésio compara as 30 instalações a um "jogo de Lego" que até 2025, somará mais de R$ 500 milhões em investimentos.

Enquanto uma estrutura análoga será montada na Amazônia para exercícios na selva, Santa Maria respeita a vocação da região para o treinamento de tropas blindadas e mecanizadas. Por contar com o Centro de Instrução de Santa Maria (Cism) que a cidade foi contemplada com os novos equipamentos.

Diário de Santa Maria - Como o senhor avalia esse período à frente do Comando Militar do Sul?
General Bolivar - Este comando, pela sua dimensão, é desafiador. Estamos passando por um processo de transformação dentro do Exército, e o CMS está participando ativamente. Isso é motivador. A gente se sente não só recompensado na parte profissional, mas também pelas muitas coisas boas que virão no futuro para a cidade. O relacionamento fora Exército Brasileiro também é importante. Em Santa Maria, é especial o relacionamento com o poder público, prefeitura, universidades, agências, Tecnoparque... isso eu acho muito promissor.

Diário - Quais são as principais mudanças que estão ocorrendo no Exército e no perfil dos militares?
Bolivar - O processo de transformação se baseia numa mudança nas estruturas com o objetivo de ter mais eficiência. Um pedaço dessa mudança é a racionalização administrativa. A meta é tornar as estruturas mais dinâmicas. E tem a evolução tecnológica, que demanda que comecemos a mudar lá nas escolas. A mudança na gestão também chegou ao Exército. É um processo que não tem data para acabar.

Diário - Como o senhor prevê o futuro do Exército?
Bolivar - As transformações vão continuar, pois temos limitadores. O efetivo do Exército é de cerca de 200 mil homens. Antes, tínhamos apenas a missão clássica de defesa da pátria. Agora, temos como missão, garantia da lei e da ordem, força de paz, defesa cibernética, e não devemos aumentar muito a estrutura. Por isso é necessário racionalizar. A preparação para essa nova realidade começa na escola, e a nossa formação está mudando muito. Antes, as academias ensinavam por capacidades, agora é de acordo com as competências necessárias para cada uma das tarefas. Com isso, foi introduzido o ensino a distância, uso de tecnologias da informação, c"