Foto: Nathália Schneider (Diário)
A bela foto acima, de uma capivara com seus filhotes, feita pela fotógrafa Nathália Schneider, no Parque Oásis, na segunda-feira, chama a atenção não só pela beleza, mas pelo fato de que esses roedores têm aparecido cada vez mais perto das cidades.
Recentemente, uma capivara tem frequentado a sede campestre do Clube Recreativo Dores. Apelidada por alguns de Dora, ela é o segundo animal da espécie que apareceu no clube. O outro, no ano passado, foi capturado pela Patrulha Ambiental da Brigada Militar e solto em outro local, de seu habitat.
Antes de as cidades existirem ou crescerem, capivaras e outros animais silvestres já viviam nas áreas que foram tomadas por casas, ruas e prédios. Mas por que elas voltaram a aparecer perto das cidades? Para tirar essas dúvidas, conversei com o coordenador da regional da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) em Santa Maria, Luiz Alberto Mendonça. Segundo ele, as capivaras costumam andar em bandos e gostam de locais onde há água, comida e tranquilidade.
– Elas frequentam locais onde não são perseguidas nem caçadas, pelo homem e pelos cachorros. Então, a sede campestre do Clube Dores e o Parque Oásis são refúgios para elas, onde se sentem seguras e não sofrem pressão de caça – diz Mendonça.
Segundo ele, os predadores naturais das capivaras são os jacarés, quando elas são pequenas, e o leão baio, quando adultas. Porém, como esse felino não está mais presente na região, elas viram alvo do homem e de cães – apesar de a caça de capivaras e outros animais silvestres ser crime, cuja pena começa com prisão de 6 meses a 1 ano e multa, mas podendo aumentar.
Questionado sobre quais cuidados as pessoas devem ter em relação às capivaras, o coordenador regional da Fepam orienta que ninguém deve se aproximar desses roedores, pois eles podem se sentir acuados e atacar, além de transmitir doenças, caso tenham alguma zoonose.
– O melhor é contemplar e tirar fotos de longe – diz.
Quanto à capivara Dora, o Clube Dores informou que solicitou à Patrulha Ambiental que ela seja capturada e devolvida a seu habitat.
Foto: Fabiana Sparremberger (Diário)
Cuidados com capivaras
Não se aproxime – Evitar acuar o animal, pois ele é roedor com dentes bem afiados e pode tentar se proteger, machucando uma pessoa
Não tente dar comida – Por ser herbívoro, só come grama e não vai comer algo oferecido por humanos. Mesmo assim, evite dar comida
Risco de leptospirose – Evitar contato com fezes e urina da capivara ou se aproximar de onde ela está, pois ela pode (nem sempre é) ser portadora de leptospirose e transmitir a doença para humanos. É a doença com maior risco de transmissão, caso o animal esteja doente
Outras doenças – A capivara pode ser portadora de outras doenças (nem sempre é), como raiva, febre maculosa (transmitida pelo carrapato-estrela), leishmaniose e fungos. Por isso, é prudente não chegar perto do animal nem tentar acariciá-lo. Porém, não maltrate nem mate o animal