Familiares de vítimas de atropelamento em Paraíso do Sul fazem manifestação por justiça

Lenon de Paula

Familiares de vítimas de atropelamento em Paraíso do Sul fazem manifestação por justiça
Fotos: Lenon de Paula (Bei)

Um protesto em memória de Willian Dagmar da Silva Orquiz, 32 anos, vítima de um atropelamento na noite da última quinta-feira (17), em Paraíso do Sul, foi realizado na tarde desta sexta-feira (25).

Na manifestação, familiares, amigos e colegas de Willian carregaram cartazes, faixas, fotos e balões brancos com pedidos de justiça e de renúncia do vice-prefeito, Arnildo Schunermann. O ato teve início as 16h. Os manifestantes caminharam pela Rua Augusto Rohde, Avenida Afonso Pena, Rua Max Mückler e Rua Max Retzlaffem, onde pararam em frente à Delegacia de Polícia (DP) local sob gritos de justiça.

O pai de Willian, Rovane Carlos Orquiz, 58, participou da manifestação emocionado e segurando a camiseta esportiva que Willian estava usando no momento em que foi atropelado. O primo e colega de trabalho de Willian, Ederson Santos, 42, explica que a iniciativa não teve fins políticos, mas sim de buscar visibilidade por justiça e buscar alento pela perda de Willian, carinhosamente apelidado de “Dagui”.

– Não se trata de um ato político, não estamos aqui contra a prefeitura. Estamos aqui em memória e pedindo justiça por Willian. Não tenho palavras pra explicar a dor de perder o Dagui desse jeito – declara Ederson.

Após a concentração em frente à DP, o grupo se encaminhou ao local onde o atropelamento ocorreu. Acompanhados por uma viatura da Brigada Militar, eles entoaram orações e deixaram flores e uma imagem de Willian no local onde ele foi atingido, no km 181, às margens da rodovia RSC-287, próximo ao acesso à localidade onde ele residia.

– O Dagui, como a gente chamava, sempre foi muito especial. A gente sempre fala que ele deixava luz. Ele era extremamente acolhedor e competente, uma peça fundamental no trabalho. Ele tava sempre muito disposto. É uma perda muito grande, como amigo, colega e profissional – conta Renata Ferreira, 41 anos, coordenadora de RH e colega de Wilian há cerca de 6 anos.

O colega Marcelo Drewanz, 29, comentou que conhecia Willian desde a infância. Foram colegas de escola e iniciaram suas atividades quase juntos na fábrica Dickow Alimentos, em Agudo.

– Ele era um grande amigo, e começamos a trabalhar juntos há 10 anos. Nos últimos 5 anos trabalhamos no mesmo setor. Falar do Willian é pensar em coleguismo e companheirismo. Uma pessoa que sempre tava de bem com vida, sempre ajudando. Não media esforços pra ajudar alguém. Tá bem difícil chegar no trabalho e perceber que não vou mais ter ele. O boné dele ainda está lá no laboratório. Tudo isso dói muito. Vai ser difícil daqui pra frente pensar que não vamos mais ter ele no dia a dia – afirma Marcelo.

Entenda

Por volta das 23h do dia 17 de novembro, Willian estava a caminho do ginásio onde iria jogar futebol. Ele foi atropelado no km 181 da rodovia por uma caminhonete Volkswagen Saveiro branca que, segundo testemunhas, teria fugido do local após o fato em direção a Novo Cabrais. Willian, nascido em Cachoeira do Sul, residia em Paraíso do Sul e trabalhava em uma fábrica de alimentos em Agudo. O atestado de óbito de Willian apontou traumatismo em decorrência de ação contundente como causa da morte.

Na manhã do dia seguinte, o vice-prefeito de Paraíso do Sul foi até a delegacia local onde assumiu o crime e prestou depoimento. No mesmo dia, ele teria assumido o cargo de chefe do Executivo, em substituição ao prefeito Artur Ludwig, que estava de férias. No entanto, conforme relatos, não teria aparecido para trabalhar na prefeitura.

Na quinta-feira (24), o prefeito Artur Ludwig (PDT) reassumiu o cargo “tendo em vista o afastamento, por determinação médica, do vice-prefeito Arnildo Alberto Schünemann”. Ao Bei, o prefeito Artur manifestou pesar pelo fato e reiterou que o atropelamento que vitimou Willian diz respeito à vida particular do vice, e não ocorreu no exercício do cargo.

Inquérito aguarda laudo do IGP

A delegada Carla Dolores Castro diz que quatro testemunhas já foram ouvidas pelas investigações e a caminhonete foi apreendida e encaminhada para perícia. O autor confesso teria alegado ter fugido do local por medo de que a situação se tratasse de um assalto.

Nesta sexta-feira, Carla informou que pretendia concluir o inquérito mas aguardava ainda o resultado do exame de necropsia feito pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP). Após o recebimento do laudo, a delegada responsável pelas investigações irá remeter o inquérito ao Ministério Público do Rio Grande do Sul, o que deve ocorrer na segunda-feira (28)

– Da nossa parte tudo já foi feito, mas o laudo de necropsia deverá ser entregue somente na segunda-feira. A perícia no veículo também é aguardada, mas deve ser encaminhada aos autos após a entrega do inquérito. Embasamos o indiciamento em provas testemunhais e no depoimento do suspeito.

Conforme a delegada, o suspeito será indiciado por homicídio culposo em condução de veículo automotor com o agravante de fuga do local do acidente. Após o recebimento do inquérito, o MPRS analisa e decide se oferece denúncia ao poder judiciário.

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