Depois de vaquinha, alunos vão para competição nacional e voltam com troféu

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)

É com inovação desde o Ensino Médio que as mentes do futuro são criadas. No Colégio Técnico Industrial de Santa Maria (CTISM), três alunos do 1º ano e do curso técnico em eletrotécnica, e que participam do Clube de Foguetes, viajaram até o Rio de Janeiro para participar de um encontro nacional. A Equipe Cusco foi representada pelos irmãos gêmeos João Francisco Marinho e Luiza Marinho, 16 anos, além da colega Mariana Bandinelli, 15 anos. Os alunos foram acompanhados do professor de química, Tiago Lage, que está substituindo a professora Lairane Rekovvsky, de física, no projeto.

O Projeto Cusco está em ação há cerca de um ano. Nele, os alunos combinam os ensinamentos aprendidos na sala de aula com a prática do laboratório. Com materiais como garrafas pet, disco de vinil, fita, vinagre e bicarbonato de sódio, eles constróem um foguete capaz de atingir 200 km/h, e que já alcançou 174 metros de distância. Segundo o professor Tiago, a iniciativa busca atender a uma demanda multidisciplinar de ensino.

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- Esses projetos são bons para a escola porque envolvem disciplinas como física, química, matemática e atá geografia. Então, eles podem trabalhar, na prática, tudo que aprenderam em sala de aula. E isso traz uma interação não só com os professores, mas também com os outros alunos - explica.

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Foto: divulgação
A partir da esq.: João Francisco, prof. Tiago, Mariana e Luiza na 20ª Jornada de Foguetes

Foi com esses aprendizados que eles garantiram a participação na 20ª Jornada de Foguetes, que ocorreu em outubro, em Barra do Piraí, no Rio de Janeiro. Os alunos conseguiram uma bolsa com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), mas o valor não foi suficiente para cobrir todos os gastos da viagem. Por isso, eles fizeram vaquinha e começaram a vender docinhos, yakissoba e rifas. A iniciativa deu certo: eles conseguiram arrecadar o suficiente para comprar as passagens aéreas, a inscrição e arcar com todas as despesas de deslocamento e acomodação.

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Lá no Rio de Janeiro, as atividades incluíram demonstrações de segurança, apresentação dos grupos, oficinas e lançamentos de foguete. O Projeto Cusco ganhou troféu de campeão, pois conseguiu lançar o seu foguete a 174 metros (nessa categoria, ganhavam aqueles que atingiam mais de 150 metros). Os participantes ficaram em alojamentos separados, uma iniciativa da própria organização para que houvesse mais interação entre todos que estavam na jornada. Assim, o pessoal de Santa Maria dividiu experiências com uma gurizada de todo o país.

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Foto: Pedro Piegas (Diário)
A partir da esquerda: Mariana, professor Tiago, Luiza e João Francisco

UMA AULA MULTIDISCIPLINAR
Como explicou o professor Tiago, a criação e execução do foguete e do lançamento precisam de uma análise que envolve diversas áreas. Para a criação da ignição, é preciso medir a quantidade correta de vinagre e bicarbonato de sódio, para que a pressão seja suficiente para ejetar o foguete. Já os cálculos apontam a posição correta da base para que a distância percorrida seja maior. É preciso, também, estar atento ao terreno no qual o lançamento será feito, para que não existam obstáculos no caminho. O objetivo dos alunos, agora, é conseguir lançar o protótipo a mais de 200 metros de distância. Para o próximo ano, eles buscam parcerias e apoio para trazer a seletiva estadual da 21ª Jornada de Foguetes para Santa Maria. Neste ano, apenas duas equipes gaúchas representaram o Estado no Rio. 

De olhos no futuro, João Francisco, Luiza e Mariana cogitam cursar Engenharia Aeroespacial na UFSM. Isso porque o incentivo à pesquisa desde cedo gera frutos para a produção científica do Brasil. Na prática e com o investimento correto, eles podem ser os próximos cientistas a fazer descobertas para benefício da sociedade.