Depois de 19 anos fechado, Parque Oásis é vendido e será reformado

Francine Boijink

Depois de 19 anos fechado, Parque Oásis é vendido e será reformado

Marcelo Oliveira

A venda do espaço onde funcionou o Parque Oásis entre 1984 e 2003, em Itaara, foi confirmada na terça-feira (10). A Construtora Itaara, que adquiriu 35 hectares da área, ainda não tem uma definição de como será utilizado o espaço, que foi uma das principais atrações de lazer da região central do Estado. A expectativa é de que a limpeza e a restauração das edificações, que estão fechadas há 19 anos, ocorram até o final deste ano. O valor da venda não foi revelado.

A construtora está erguendo um condomínio de luxo no município, o Itaara Reserve. Em 2023, quando a estrutura ficar pronta, os empresários irão voltar suas atenções para definir o destino do parque. Qualquer antecipação é considerada ainda precipitada pelos novos donos.

A aquisição do Parque Oásis se deu para fomentar o empreendimento habitacional. No entanto, Gilmar Luiz Martins, sócio da Construtora Itaara, dá algumas pistas do que pode funcionar no antigo espaço. Entre as propostas, estão um hotel de luxo ou um restaurante.

– A gente tem propostas de grandes construtoras para vir participar junto conosco. Temos uma grande rede de hotel, que quer se instalar aqui. Além de todo o glamour que o parque já tem, poderá receber um hotel cinco estrelas, uma rede de restaurante, mas tudo está em fase de estudo – conta Martins.

Gilmar Martins diz que uso do local está em estudo. “Temos propostas de construtoras e rede de hotel” Foto: Marcelo Oliveira

O empresário cita, inclusive, a possibilidade de promover uma feira ao estilo da Expointer, de Esteio. Para tanto, já tem um nome em mente: “Expoíta”, em referência ao nome da cidade.

O Parque Oásis funcionava em uma área de 70 hectares às margens da BR-158, entre Itaara e Santa Maria. O local pertencia ao padre Lauro Trevisan. Ontem, em entrevista no programa Bom Dia, Cidade, da CDN, padre Lauro confirmou a negociação com exclusividade ao Grupo Diário.

– Tenho o prazer de dizer que estamos celebrando o fim de uma bonita história na região. O Parque Oásis encantou famílias, realizou shows, espetáculos e contou com uma belíssima área de lazer – disse.

O negócio não inclui a Casa da Península. No imóvel, o padre e escritor pretende construir um museu do livro a céu aberto.

– Essa área vai promover a cultura, a importância do livro e o conhecimento dos nossos escritores, poetas, artistas, que precisam ter visibilidade – adiantou, sem dar detalhes de quando o museu será inaugurado.

NOTÍCIA DO ANO

A venda do parque é a principal notícia do ano em Itaara. Para o prefeito Silvio Weber (PSB), será uma “divisora de águas para alavancar o turismo, atrair novos empreendedores e a geração de empregos”. A administração municipal planeja promover eventos de Natal no local já neste ano:

– Queremos contratar uma empresa e fazer algo que as pessoas possam relembrar o que se viveu há anos. Além do Natal, que é algo que marcou muito, também já estamos programando muitos outros eventos no Parque Oásis em parceria com a construtora.

Construtora do município adquiriu o parque que por anos foi uma das principais atrações turísticas da região. Foto: Marcelo Oliveira

O Parque Oásis foi inaugurado em 1984, em Itaara, que, na época, ainda era um distrito de Santa Maria. A estrutura pertencia ao padre e escritor Lauro Trevisan. Durante 20 anos, o local, de 70 hectares, reuniu milhares de crianças e adultos da região. O que foi vendido é metade da área, de 35 hectaresEntre as atrações, as mais lembradas são o teleférico (foto à esq.), o passeio de trem Expresso Balnesul, o zoológico, a Casa do Passado e o passeio do Navio 2000 pela Lagoa Azul. No período do Natal, as luzes e a decoração encantavam os visitantesO parque fechou as portas em março de 2003, em função dos prejuízos. A arrecadação não era suficiente para manter a estruturaEm 2003, chegou-se a cogitar a possibilidade de o Beto Carrero comprar a área, o que nunca ocorreuApós o fechamento do Oásis, o zoológico foi oferecido para a UFSM e a prefeitura de Itaara, mas ambas alegaram não ter condições de manter o espaçoEm dezembro de 2003, os 270 animais do zoológico foram transferidos para o Criadouro Conservacionista São Braz e para outros cinco criatórios do EstadoEm 2007, um estudo foi apresentado pela prefeitura para a reabertura do parque. A Câmara de Vereadores, contudo, barrou o projeto por ser considerado inconstitucionalEm 2008, o espaço foi colocado à vendaOntem, 19 anos depois do fechamento, o padre Lauro anunciou a venda do parque para a Construtora Itaara. A área vendida inclui as principais atrações do local, como o teleférico, o trem expresso e uma cascata (foto à esq.). Também integram o acervo as réplicas de uma antiga cidade, com carros de verdade, e de um dinossauro (fotos à dir.)

Por Francine Boijink e Marcos Fonseca

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