Conheça a história de alguns dos pontos turísticos de Santa Maria escolhidos pelos leitores do Diário

Vitória Parise

Conheça a história de alguns dos pontos turísticos de Santa Maria escolhidos pelos leitores do Diário

Gabriel Haesbaert

Ainda em comemoração aos 164 anos de Santa Maria, perguntamos, por meio de uma enquete no perfil do Diário no Instagram, a opinião dos leitores, desta vez, para escolher os melhores pontos turísticos da cidade.

Dentre as opções, a Gare e Vila Belga; a Praça Saldanha Marinho, juntamente do Calçadão e do Theatro Treze de Maio; a Catedral Metropolitana e o Largo da Locomotiva.

Áreas verdes para redescobrir a cidade e aproveitar Santa Maria

1º LUGAR: VILA BELGA E GARE

Foto: Marcelo Oliveira (Diário)

A Vila Belga, que completou 115 anos neste ano, ficou com o primeiro lugar na escolha dos leitores. Desde 1988, o conjunto é considerado um patrimônio da cidade. A Vila Belga foi projetada para ser o lar de funcionários da Compagnie Auxiliaire des Chemins de Fer au Brésil, que trabalhavam no pátio da Viação Férrea. O projeto e a construção do local foram feitos entre 1905 e 1907, com a autoria do engenheiro belga Gustave Vauthier, que teve as cidades operárias belgas e francesas como inspiração.

Através de um leilão realizado em 1997, as casas se tornaram propriedade particulares. Em 2000, a vila foi oficialmente promovida a Patrimônio Histórico do Rio Grande do Sul junto à Estação Férrea e ao Colégio Manoel Ribas, que formam o Sítio Ferroviário de Santa Maria.

Ao todo, são 84 casas, distribuídas nas ruas Coronel Ernesto Beck, Manoel Ribas, Dr. Wauthier e Cel André Marques. Cada casa possui um projeto diferente, e foram construídas em blocos de duas, possibilitando o encaixe e alinhamento perfeito entre elas. 

O formato original e a beleza do local contribuíram para a criação de um evento que aproxima a população desse marco cultural e histórico. Em 2015, nasceu o Brique da Vila Belga, que recebe exposição e comercialização de artesanato, roupas, alimentos e apresentações de música e teatro.

Segundo o diretor do brique, Kalu da Cunha Flores, o evento impulsionou a abertura de muitos empreendimentos na Vila Belga, como antiquários, galerias de arte, entre outros. Além de colocar o local em uma posição de evidência, atraindo a população e visitantes, o brique possibilita que muitos comerciantes possam divulgar o seu trabalho.

– Tenho muito orgulho de coordenar o brique. É um evento que é pra todas as idades, todas as famílias. Desde a nossa retomada, o público voltou em massa, todos estavam com muita saudade, foi muito bonito.

GARE

Deslize a foto da esquerda para a direita e veja o quanto a Gare mudou ao longo dos anos. Fotos: IPLAN/Marcelo Oliveira.

A Estação Férrea de Santa Maria, a Gare, dividiu o primeiro lugar com a Vila Belga. O local nasceu a partir de um Decreto Imperial, no ano de 1873. O projeto foi idealizado pelo engenheiro Teixeira Lopes, que também usou as arquiteturas belga e inglesa como inspiração. Inicialmente, a estrutura era composta por um prédio central de dois andares com um anexo, que hoje não existe mais. 

Após anos de abandono, atualmente a prefeitura de Santa Maria administra o local, que serve de palco para eventos culturais. Existem planos para obras de revitalização, ainda em fase de estudos.

2º LUGAR: CALÇADÃO SALVADOR ISAIA, PRAÇA SALDANHA MARINHO E THEATRO TREZE DE MAIO

Praça Saldanha Marinho em 1890Fotos: IPLAN

Praça Saldanha Marinho e o Theatro no início do século XX

1920

1925

1960

1960

Para os leitores do Diário, o segundo lugar está reservado para três marcas registradas do centro da cidade: o Calçadão Salvador Isaia, a Praça Saldanha Marinho e o Theatro Treze de Maio.

Inaugurado em 1979, o Calçadão tem pontos comerciais e alimentícios. Localizado entre as ruas Venâncio Aires e Alberto Pasqualini, o local é parte do itinerário diário de muitos moradores da cidade. Atualmente o espaço passa por obras de revitalização. Após a conclusão, além de um ambiente comercial, o Calçadão deve voltar a ser ponto de encontro e lazer dos moradores da cidade.

Dividindo o mesmo ambiente, a Praça Saldanha Marinho também foi escolhida pelos leitores. O local já recebeu os nomes de Praça Conceição e de Capelinha. Em 1837, o nome mudou novamente para Praça da Matriz. No início do século XX, em homenagem ao engenheiro Joaquim Saldanha Marinho Filho, da Inspetoria Geral de Terras e Colonização, a praça recebeu o seu nome, que é o mesmo até hoje.

Nessa época, o local recebia eventos importantes para a cidade e tinha na Casa de Chopps – um quiosque de madeira que foi destruído em um incêndio em 1922 – um ponto de encontro. Em 1933, a praça foi reformada, e um coreto foi construído, e no lugar do quiosque, nasceu o famoso chafariz.

Atualmente, a praça é movimentada por eventos como a Feira do Livro, que teve a sua 49ª edição realizada neste ano e semanalmente recebe feirantes que comercializam verduras, plantas, alimentos artesanais e muitos outros produtos.

THEATRO TREZE DE MAIO

Deslize a foto da esquerda para a direita para comparar as mudanças do Theatro Treze de Maio. Fotos: IPLAN/Marcelo Oliveira.

O Theatro Treze de Maio foi fundado em 1890, quando o município tinha 25 mil habitantes. O farmacêutico e empresário João Daudt Filho foi um dos grandes responsáveis pela construção do prédio, já que em 1889 liderou um grupo de amigos da sociedade santa-mariense, em que todos estavam unidos com o mesmo objetivo: explorar os movimentos culturais na cidade. Para arrecadar fundos para pagar a construção, João Daudt Filho fundou uma sociedade dramática, onde trabalhava como diretor e ator. Em 1890, foi inaugurado o Theatro Treze de Maio, dando início a uma intensa atividade cultural durante pouco mais de duas décadas.

Em 1913, o jornal Diário do Interior anunciou a venda do Theatro Treze de Maio à Intendência Municipal. Durante esse período, o local foi sede da redação do Diário do Interior, da sucursal do Jornal do Estado, da Junta de Alistamento Militar e do Santa Maria Aero Sport. Até 1992, a Biblioteca Pública Municipal e um Centro Cultural também funcionaram no local.O espaço foi reinaugurado em 1997, e teve a Associação dos Amigos do Theatro Treze de Maio como principal apoiadora. Este ano o Theatro completa 25 anos de reabertura.

3º LUGAR: CATEDRAL METROPOLITANA

Deslize a foto da esquerda para a direita e veja o que mudou na fachada da Catedral. Fotos: IPLAN/Marcelo Oliveira.

Também localizada na região central do município, a Catedral Metropolitana Imaculada Conceição ficou com o terceiro lugar. Situada na Avenida Rio Branco, a obra é um grande símbolo para a comunidade católica de Santa Maria. Em 1837, foi fundada uma matriz no local, tendo como padroeira a Imaculada Conceição. A construção do prédio atual iniciou em 1902, inspirada no estilo neoclássico.

A igreja foi inaugurada em 1909, pelo pároco Caetano Pagliuca. Logo em seguida, em 1910, foi elevada à condição de Catedral, por um decreto do papa São Pio X. Em 1911, a catedral recebeu um sino fundido em 1684, que foi trazido das antigas missões jesuíticas. Em 2011, a igreja foi elevada ao status de Catedral Metropolitana.

Os altares talhados em madeira, os vitrais coloridos de trabalhados, juntos de belas pinturas de Aldo Locatelli, sobre a vida da Virgem Maria, transformam o interior da catedral em um ambiente rico em detalhes. A imagem presente no altar principal veio da França.

A Catedral é o ponto de encontro para fiéis que participam atualmente da Romaria da Medianeira, evento que completou sua 78º edição em 2021. Durante o ano, as missas ocorrem semanalmente:

Domingo: 08:00, 10:00, 19:00Segunda-feira até sexta-feira: 12:30 e 18:00Sábado: 17:00.

A Catedral também funciona para eventos como casamentos, batizados, catequese matrimonial, entre outros. O número para contato é: (55) 3221-2695.

OUTRAS OPÇÕES PARA REDESCOBRIR A CIDADE

Deslize a foto da esquerda para a direita para comparar as mudanças no monumento. Fotos: IBGE/Marcelo Oliveira.

Os leitores do Diário também indicaram outras opções de turismo. O Largo Evandro Behr, na Avenida Presidente Vargas, foi lembrado pelo público. Uma locomotiva fabricada em 1909 está exposta no local desde 1968 como homenagem à história ferroviária do município e já se consagrou como ponto turístico.

A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) também recebeu diversas menções, em especial ao bosque, ao Planetário e ao Jardim Botânico localizados no campus em Camobi. Outras opções de pontos turísticos localizadas em Santa Maria foram mencionados pelos leitores, são a Basílica da Medianeira e o Mirante do Perau.

Fontes: Instituto de Planejamento de Santa Maria, Theatro Treze de Maio, A Conpagnie auxiliaire de chemins de fer au Brésil e a cidade de Santa Maria no Rio Grande do Sul, escrito por Caryl Eduardo Jovanovich Lopes e Vilas ferroviárias no Brasil: Os casos de Paranapiacaba em São Paulo e da Vila Belga no Rio Grande do Sul, escrito por Anna Eliza Finger.

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