Gabriel Haesbaert
Dentre as opções, a Gare e Vila Belga; a Praça Saldanha Marinho, juntamente do Calçadão e do Theatro Treze de Maio; a Catedral Metropolitana e o Largo da Locomotiva.
Áreas verdes para redescobrir a cidade e aproveitar Santa Maria
1º LUGAR: VILA BELGA E GARE
Foto: Marcelo Oliveira (Diário)
A Vila Belga, que completou 115 anos neste ano, ficou com o primeiro lugar na escolha dos leitores. Desde 1988, o conjunto é considerado um patrimônio da cidade. A Vila Belga foi projetada para ser o lar de funcionários da Compagnie Auxiliaire des Chemins de Fer au Brésil, que trabalhavam no pátio da Viação Férrea. O projeto e a construção do local foram feitos entre 1905 e 1907, com a autoria do engenheiro belga Gustave Vauthier, que teve as cidades operárias belgas e francesas como inspiração.
Através de um leilão realizado em 1997, as casas se tornaram propriedade particulares. Em 2000, a vila foi oficialmente promovida a Patrimônio Histórico do Rio Grande do Sul junto à Estação Férrea e ao Colégio Manoel Ribas, que formam o Sítio Ferroviário de Santa Maria.
Ao todo, são 84 casas, distribuídas nas ruas Coronel Ernesto Beck, Manoel Ribas, Dr. Wauthier e Cel André Marques. Cada casa possui um projeto diferente, e foram construídas em blocos de duas, possibilitando o encaixe e alinhamento perfeito entre elas.
O formato original e a beleza do local contribuíram para a criação de um evento que aproxima a população desse marco cultural e histórico. Em 2015, nasceu o Brique da Vila Belga, que recebe exposição e comercialização de artesanato, roupas, alimentos e apresentações de música e teatro.
Segundo o diretor do brique, Kalu da Cunha Flores, o evento impulsionou a abertura de muitos empreendimentos na Vila Belga, como antiquários, galerias de arte, entre outros. Além de colocar o local em uma posição de evidência, atraindo a população e visitantes, o brique possibilita que muitos comerciantes possam divulgar o seu trabalho.
– Tenho muito orgulho de coordenar o brique. É um evento que é pra todas as idades, todas as famílias. Desde a nossa retomada, o público voltou em massa, todos estavam com muita saudade, foi muito bonito.
GARE
Deslize a foto da esquerda para a direita e veja o quanto a Gare mudou ao longo dos anos. Fotos: IPLAN/Marcelo Oliveira.
A Estação Férrea de Santa Maria, a Gare, dividiu o primeiro lugar com a Vila Belga. O local nasceu a partir de um Decreto Imperial, no ano de 1873. O projeto foi idealizado pelo engenheiro Teixeira Lopes, que também usou as arquiteturas belga e inglesa como inspiração. Inicialmente, a estrutura era composta por um prédio central de dois andares com um anexo, que hoje não existe mais.
Após anos de abandono, atualmente a prefeitura de Santa Maria administra o local, que serve de palco para eventos culturais. Existem planos para obras de revitalização, ainda em fase de estudos.
2º LUGAR: CALÇADÃO SALVADOR ISAIA, PRAÇA SALDANHA MARINHO E THEATRO TREZE DE MAIO
Praça Saldanha Marinho em 1890Fotos: IPLAN
Praça Saldanha Marinho e o Theatro no início do século XX
1920
1925
1960
1960
Para os leitores do Diário, o segundo lugar está reservado para três marcas registradas do centro da cidade: o Calçadão Salvador Isaia, a Praça Saldanha Marinho e o Theatro Treze de Maio.
Inaugurado em 1979, o Calçadão tem pontos comerciais e alimentícios. Localizado entre as ruas Venâncio Aires e Alberto Pasqualini, o local é parte do itinerário diário de muitos moradores da cidade. Atualmente o espaço passa por obras de revitalização. Após a conclusão, além de um ambiente comercial, o Calçadão deve voltar a ser ponto de encontro e lazer dos moradores da cidade.
Dividindo o mesmo ambiente, a Praça Saldanha Marinho também foi escolhida pelos leitores. O local já recebeu os nomes de Praça Conceição e de Capelinha. Em 1837, o nome mudou novamente para Praça da Matriz. No início do século XX, em homenagem ao engenheiro Joaquim Saldanha Marinho Filho, da Inspetoria Geral de Terras e Colonização, a praça recebeu o seu nome, que é o mesmo até hoje.
Nessa época, o local recebia eventos importantes para a cidade e tinha na Casa de Chopps – um quiosque de madeira que foi destruído em um incêndio em 1922 – um ponto de encontro. Em 1933, a praça foi reformada, e um coreto foi construído, e no lugar do quiosque, nasceu o famoso chafariz.
Atualmente, a praça é movimentada por eventos como a Feira do Livro, que teve a sua 49ª edição realizada neste ano e semanalmente recebe feirantes que comercializam verduras, plantas, alimentos artesanais e muitos outros produtos.
THEATRO TREZE DE MAIO
Deslize a foto da esquerda para a direita para comparar as mudanças do Theatro Treze de Maio. Fotos: IPLAN/Marcelo Oliveira.
O Theatro Treze de Maio foi fundado em 1890, quando o município tinha 25 mil habitantes. O farmacêutico e empresário João Daudt Filho foi um dos grandes responsáveis pela construção do prédio, já que em 1889 liderou um grupo de amigos da sociedade santa-mariense, em que todos estavam unidos com o mesmo objetivo: explorar os movimentos culturais na cidade. Para arrecadar fundos para pagar a construção, João Daudt Filho fundou uma sociedade dramática, onde trabalhava como diretor e ator. Em 1890, foi inaugurado o Theatro Treze de Maio, dando início a uma intensa atividade cultural durante pouco mais de duas décadas.
Em 1913, o jornal Diário do Interior anunciou a venda do Theatro Treze de Maio à Intendência Municipal. Durante esse período, o local foi sede da redação do Diário do Interior, da sucursal do Jornal do Estado, da Junta de Alistamento Militar e do Santa Maria Aero Sport. Até 1992, a Biblioteca Pública Municipal e um Centro Cultural também funcionaram no local.O espaço foi reinaugurado em 1997, e teve a Associação dos Amigos do Theatro Treze de Maio como principal apoiadora. Este ano o Theatro completa 25 anos de reabertura.
3º LUGAR: CATEDRAL METROPOLITANA
Deslize a foto da esquerda para a direita e veja o que mudou na fachada da Catedral. Fotos: IPLAN/Marcelo Oliveira.
Também localizada na região central do município, a Catedral Metropolitana Imaculada Conceição ficou com o terceiro lugar. Situada na Avenida Rio Branco, a obra é um grande símbolo para a comunidade católica de Santa Maria. Em 1837, foi fundada uma matriz no local, tendo como padroeira a Imaculada Conceição. A construção do prédio atual iniciou em 1902, inspirada no estilo neoclássico.
A igreja foi inaugurada em 1909, pelo pároco Caetano Pagliuca. Logo em seguida, em 1910, foi elevada à condição de Catedral, por um decreto do papa São Pio X. Em 1911, a catedral recebeu um sino fundido em 1684, que foi trazido das antigas missões jesuíticas. Em 2011, a igreja foi elevada ao status de Catedral Metropolitana.
Os altares talhados em madeira, os vitrais coloridos de trabalhados, juntos de belas pinturas de Aldo Locatelli, sobre a vida da Virgem Maria, transformam o interior da catedral em um ambiente rico em detalhes. A imagem presente no altar principal veio da França.
A Catedral é o ponto de encontro para fiéis que participam atualmente da Romaria da Medianeira, evento que completou sua 78º edição em 2021. Durante o ano, as missas ocorrem semanalmente:
Domingo: 08:00, 10:00, 19:00Segunda-feira até sexta-feira: 12:30 e 18:00Sábado: 17:00.
A Catedral também funciona para eventos como casamentos, batizados, catequese matrimonial, entre outros. O número para contato é: (55) 3221-2695.
OUTRAS OPÇÕES PARA REDESCOBRIR A CIDADE
Deslize a foto da esquerda para a direita para comparar as mudanças no monumento. Fotos: IBGE/Marcelo Oliveira.
Os leitores do Diário também indicaram outras opções de turismo. O Largo Evandro Behr, na Avenida Presidente Vargas, foi lembrado pelo público. Uma locomotiva fabricada em 1909 está exposta no local desde 1968 como homenagem à história ferroviária do município e já se consagrou como ponto turístico.
A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) também recebeu diversas menções, em especial ao bosque, ao Planetário e ao Jardim Botânico localizados no campus em Camobi. Outras opções de pontos turísticos localizadas em Santa Maria foram mencionados pelos leitores, são a Basílica da Medianeira e o Mirante do Perau.
Fontes: Instituto de Planejamento de Santa Maria, Theatro Treze de Maio, A Conpagnie auxiliaire de chemins de fer au Brésil e a cidade de Santa Maria no Rio Grande do Sul, escrito por Caryl Eduardo Jovanovich Lopes e Vilas ferroviárias no Brasil: Os casos de Paranapiacaba em São Paulo e da Vila Belga no Rio Grande do Sul, escrito por Anna Eliza Finger.