Marcelo Oliveira
A Quarta Colônia recebe Ángel Hernandez Sesé e Helga Chulepin para a certificação ou não do Geoparque, através da emissão da Carta Verde ou negativa da Unesco. A Secretaria de Apoio Internacional (SAI) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) disponibilizou duas intérpretes durante o período da visita, no entanto, a oferta foi dispensada pelos pesquisadores, que possuem um bom entendimento do português. A proposta do roteiro da visita foi enviada na última sexta-feira (23), elaborada conforme a demanda dos avaliadores, que podem sugerir alterações na rota, que passa pelos municípios de Agudo, Dona Francisca, Faxinal do Soturno, Ivorá, Nova Palma, Pinhal Grande, Restinga Sêca, São João do Polêsine e Silveira Martins.
– São três dias desse trabalho de campo conhecendo e visitando os nove municípios, são quase 800km de roteiro pelo interior. É bastante apertado, mas ao mesmo tempo facilita, porque a gente consegue mostrar o que cada município tem de melhor – explica Jaciele.
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Após a visita, a definição para a certificação ou não, será baseada no relatório da visita dos avaliadores, levado para a reunião mundial dos Geoparques, que ocorre na primeira quinzena de dezembro. Caso aprovada, a proposta será debatida no Conselho da Unesco, no início de 2023. Conforme o cronograma dos anos anteriores, o resultado final pode ser divulgado no mês de abril. Porém, a coordenadora explica que o feedback dos avaliadores será repassado para a equipe durante o último dia de visita.
– Eles já vão nos sinalizar os pontos positivos, pontos fracos, o que precisa melhorar. Em geral, nesse momento, a gente consegue ter uma ideia se foi bem ou mal nessa avaliação. Claro, não é nenhum resultado definitivo, mas é possível ter uma ideia de como a gente foi – comenta Jaciele.
O processo de avaliação para certificação como geoparque também será realizado no Geoparque Caçapava do Sul, nos dias 6 a 10 de novembro. Os avaliadores, um japonês e outro espanhol, já estão confirmados para a visita in loco no município. Ao todo, 17 territórios de 13 países serão avaliados em 2022 por profissionais da Unesco. Na América, apenas o Brasil e o México estão na disputa pelo título.
O que é um Geoparque?
Os Geoparques são territórios de um ou mais municípios, reconhecidos pela Unesco como regiões que possuem importância científica, cultural, paisagística, geológica, arqueológica, paleontológica e histórica. Nesses locais a “Memória da Terra” é preservada e utilizada de forma sustentável para gerar desenvolvimento para a sua comunidade. Ao final de 2020, existiam 161 Geoparques Mundiais da Unesco em 44 países.
Em todo o Brasil, três geoparques são certificados pela Unesco. Dois ficam no Nordeste, em Araripe e Seridó, e outro entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Agora, a Região Central tem a chance de fazer parte da rede mundial de geoparques a partir dos projetos da Quarta Colônia e de Caçapava do Sul.
Qual o processo para se tornar um Geoparque?
Ao total, são três etapas: apresentação da proposta, com pequenas iniciativas e articulações; o projeto de Geoparque é enviado pelo Itamaraty para a Unesco, que após esta etapa, recebe o reconhecimento de Aspirante a Geoparque; e, por último, é elaborado um dossiê de candidatura do geoparque à Unesco, onde ocorre a avaliação e é, então, realizada uma visita do avaliador para certificação ou não do Geoparque através do recebimento da Carta Verde ou negativa da Unesco.
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