entrevista

Após dois anos, Corpo de Bombeiros em Santa Maria está sob nova direção

Camila Gonçalves

Foto: Germano Rorato (Diário Arquivo)

O 4ª Batalhão de Bombeiros de Santa Maria tem um novo comandante, o tenente-coronel Nilton Camargo. O tenente-coronel Cláudio Ricardo Pereira, que, desde 2016, administrava os 11 quartéis da Região Central, assumiu a Divisão de Logística e Patrimônio do Comando-Geral da corporação, em Porto Alegre. Até sexta-feira, o tenente-coronel Ricardo permaneceu em Santa Maria para fazer a transição do posto para o novo comandante. Camargo vem do 11º Batalhão, com sede em Santo Ângelo, na Região das Missões.

Confira uma entrevista com o tenente-coronel Ricardo, que avaliou o trabalho desenvolvido nos últimos dois anos em Santa Maria e região.

Diário de Santa Maria - O senhor foi o comandante do batalhão durante o desmembramento do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar em Santa Maria. Como foi esse processo?
Tenente-coronel Ricardo -
Em Santa Maria, foi totalmente tranquilo. Os serviços permaneceram os mesmos, só mudou a ligação funcional dos servidores, e passamos a ter autonomia administrativa e financeira. Antes, iam todos os recursos para a Brigada Militar, e ela redistribuía para o Corpo de Bombeiros, para o Hospital da Brigada, para o Batalhão Ambiental, para o 1º RPMon. Quando éramos parte da Brigada, os investimentos eram muito mais voltados para o policiamento ostensivo. Hoje, temos o nosso pensamento sobre onde aplicar os recursos, todos voltados à segurança contra incêndio.

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Diário - Como foi comandar o 4º Batalhão?
Ricardo -
A estrutura de trabalho aqui é boa, o pessoal é qualificado, temos condições de atendimento. Nesta região de Santa Maria, temos muita gente que faz concurso para o Corpo de Bombeiros e quer retornar para a região, o que não representa uma falta tão grande de efetivo como em outros locais do Estado.

Diário - Há previsão de vinda de bombeiros temporários para a região?
Ricardo -
Está em formação um grupo de 80 bombeiros militares temporários. Eles foram convocados para fazer o curso para suprir a necessidade naqueles aeroportos em que temos convênios, e temos que colocar bombeiros à disposição, como Porto Alegre, Caxias, Pelotas e Santo Ângelo. É possível que sejam redirecionados para alguma unidade operacional sem aeroporto, mas isso será definido pelo comando. Como em Santa Maria quem cuida do aeroporto é a Base Aérea (Ala 4), se algum servidor temporário vier, ele será utilizado em quase todos os serviços normais que oferecemos.

Diário - O senhor fez uma prestação de contas sobre o Fundo Municipal de Reequipamento do Corpo de Bombeiros (Funrebom). Para onde vão as taxas cobradas pelos serviços da corporação, como as dos planos de prevenção. Como está o fundo?
Ricardo -
O plano foi desenvolvido conforme o cronograma estabelecido, mas tivemos uma queda na arrecadação que não permitiu que a gente atingisse a meta que tínhamos colocado no início do ano. A arrecadação girava em torno de R$ 100 mil a R$ 120 mil por mês. Neste ano, tivemos vários meses com a arrecadação de R$ 75 mil a R$ 82 mil.

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Diário - E qual o motivo da queda?
Ricardo -
Vários fatores: as alterações legislativas do ano passado, que aumentaram o prazo de renovação dos alvarás; o certificado de licenciamento, que é um licenciamento único, sem necessidade de renovação. Também quanto ao plano de prevenção, que antes tinha validade de dois anos, agora tem validade de cinco anos. Mas a nossa meta não é arrecadar. A nossa meta é que as edificações tenham plano de prevenção.

Diário - Neste ano, a corporação usou o dinheiro do Funrebom para a compra de equipamentos, certo?
Ricardo -
Sim. Foram adquiridas três viaturas Logan, no final do ano passado, para prevenção de incêndio, e duas picapes Hilux, para as forças de rápida resposta em situações de desastres naturais, por exemplo. Temos pessoas treinadas, equipadas com barraca, colchonete, ração para três dias, enfim, todo material para que possam deslocar-se para qualquer cidade da área de abrangência e permanecerem três dias atuando sem necessidade nenhuma de intervenção de quem está lá. Com um aporte do Ministério Público do Trabalho, também adquirimos dois caminhões Auto Bomba Tanque, equipamento de proteção respiratória, equipamento de proteção individual, fizemos melhorias no prédio como reforma da estrutura elétrica, lógica e o telhado, que ainda era da construção de 1966. 

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Diário - E como está a demanda de Planos de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) em Santa Maria?
Ricardo -
Quando eu cheguei, em 2016, estávamos com praticamente 1,3 mil planos na prateleira aguardando análise e com um prazo de mais de 250 dias para analisar. Hoje, se um plano de prevenção entrar sem nenhum tipo de correção, em menos de 30 dias ele é analisado e, depois, de 15 a 20 dias, o prédio já é vistoriado. Também depende da demanda, porque isso é dinâmico. Há semanas em que tem mais entrada de PPCI, outras menos. Mas chegamos num patamar bem tranquilo. Isso também se deu por conta da mudança na legislação. Antes, todos os prédios tinham que fazer o PPCI, e a fila era comum tanto para um grande empreendimento quanto para alguém que quer complementar a renda e transformou a sala em salão de beleza. Tivemos a criação dos CLCB's (certificados de licenciamento), e o caso dos planos de prevenção simplificados, que são feitos online. Hoje, quem tem CLCB não necessita de vistoria. Dos planos simplificados, alguns - conforme o tipo de atividade da empresa e edificação - também não têm vistoria. Tudo isso agilizou bastante a retirada.

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