Todos nós, em diferentes momentos de nossas vidas, nos deparamos com situações, das mais simples e triviais às mais complexas e incomuns, nas quais precisamos fazer opções, nas quais precisamos fazer escolhas, precisamos decidir que caminho seguir dentre as possibilidades que nos são oferecidas. E, às vezes, até precisamos criar rotas alternativas, abrindo veredas ou alargando as existentes.
E é absolutamente saudável que assim o seja. Pior seria não tivéssemos opções. Se as coisas tivessem sempre o mesmo e imutável roteiro. Pior seria se nossa jornada fosse balizada por caminhos dos quais não nos pudéssemos afastar. Pior seria se não pudéssemos corrigir rumos, se ficássemos presos aos mesmos equívocos, se estivéssemos condenados a perpetrar sempre mesmos erros. Por tudo isso, é fundamental que não percamos nossa capacidade de decidir, de forma tão racional quanto possível, quando pudermos e isso for necessário. Também são fundamentais o exercício da crítica e da autocrítica para ver onde erramos e como podemos corrigir os erros.
Assim como ocorre em nossas relações afetivas e profissionais, deve ser nas decisões mais graves, nas excepcionalidades e nas decisões mais prosaicas do dia a dia. Assim também deve ser no exercício da cidadania, que nos compete, que é nosso direito e nosso dever, como, por exemplo, nas escolhas dos governantes.
Como todos sabem, estamos a três meses de novas eleições gerais. Logo ali, portanto, precisaremos fazer uso de nossa discricionariedade na escolha de chefes dos Executivos estaduais e do presidente da República, além de deputados estaduais e federais e de um senador.
Teremos, assim, mais uma oportunidade para analisar, tão desapaixonadamente quanto possível, o resultado das opções que fizemos nas eleições anteriores, para, se entendermos necessária a correção de rumos, fazermos as escolhas adequadas ou necessárias para tais correções.
Obviamente, o olhar que utilizaremos para analisar os resultados das escolhas passadas não será um olhar isento de toda paixão nem poderá ser um olhar que se faste de nossa maneira de ver e encarar o mundo. Mas nem por isso devemos deixar que ele se “contamine” pelas paixões que cegam e que muitas vezes nos movem, especialmente, no campo político e muito especialmente no tempo presente, em que tais paixões assumem caráter de absoluta irracionalidade.
Devemos ter presente que das escolhas que fizermos hoje resultarão ou não a possibilidade de que as transformações almejadas aconteçam. Eu, de minha parte, entendo que não devemos correr o risco de postergá-las para um incerto futuro. Estou cansado de viver em um país que dá as costas à ciência, que renega a educação, que achincalha a cultura, que aplaude a violência, que afronta a democracia e as instituições, que se basta distribuindo migalhas às suas dezenas de milhões de miseráveis e que concentra cada vez mais a renda e a riqueza. Que façamos as melhores opções!
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