Aprovada pelo MEC

'Uma universidade não é feita de prédios, é feita de pessoas'

Joyce Noronha

O Centro Universitário Franciscano (Unifra) celebra a nota máxima – numa escala de 0 a 5 – recebida em avaliação do Ministério da Educação (MEC). Feito que credencia a instituição para receber o status de universidade. Para a reitora da Unifra, irmã Iraní Rupolo, que assumiu o cargo em 1999, essa conquista é resultado de um trabalho de 17 anos feito com esmero por toda a equipe da Unifra:

– Sempre estive muito bem apoiada pelas equipes internas. Tenho muito a agradecer a cada pessoa que batalhou por este resultado.

Para elevar o patamar de Centro Universitário à Universidade Franciscana (UFN) – a universidade levará esse nome –, falta o parecer do Ministério de Educação (MEC) ser aceito pelo Conselho Nacional de Educação, e, depois, precisa ser publicado no Diário Oficial da União. Não há prazo para que essas etapas sejam concluídas, mas elas são meramente protocolares. 

Além da nota que permite à instituição tornar-se universidade, Iraní também comemora a aprovação para que sejam ofertados na instituição os cursos de Educação a Distância (EaD). A reitoria afirma que a oficialização dessa etapa deve sair ainda antes da troca de status da instituição.

Confira os planos da reitora para a futura Universidade Franciscana:

Diário de Santa Maria – Além do status de universidade, o que muda, na prática, na instituição?

Iraní Rupolo  A ampliação das atividades, algumas em cursos, e o fortalecimento da pesquisa, porque isso é próprio da universidade. A interação com a sociedade deverá prosseguir, mas, acima de tudo, manter essa qualidade acadêmica, que nós já vínhamos desenvolvendo. Penso que nós temos, agora, novos desafios. Para mim, são novos desafios.

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Diário – Qual é a maior transformação em relação a isso para Santa Maria?

Iraní  Penso que é um ganho, porque é um grande acréscimo. A primeira instituição local foi a FIC (1955). E o início da educação superior aconteceu aqui. Então, nota-se que isso foi crescendo com a cidade. Espera-se também que a cidade possa crescer com isso. Penso que mais de um ambiente universitário para a cidade é algo que agrega valor, e todos nós ganhamos. O que me agrada muito no projeto é que não é um ganho unilateral, ele é compartilhado. É do todo.

Diário – Quando começou o trabalho para alcançar o status de universidade?

Iraní  Eu penso que a modalidade de Centro Universitário, recebida em outubro de 1998, possibilitou o fortalecimento e a ampliação dos cursos para chegarmos a este momento. Naquela época, nós pensávamos que a instituição deveria se transformar em universidade. Hoje, não temos dúvida de que nós temos porte de universidade. Essa transição foi natural.

Diário – Quando foi feito o pedido do credenciamento de universidade?

Iraní – Há cerca de dois anos.

A instituição tem quatro conjuntos na cidade e também recebeu a aprovação para cursos da Educação a Distância (EaD)  Foto: Charles Guerra / New Co

Diário – Quanto tempo durou o processo de avaliação do MEC?

Iraní – Desde que recebemos a nomenclatura de Centro Universitário Franciscano. O pedido de credenciamento foi feito há dois anos, mas o trabalho e a avaliação é ao longo dos 17 anos.

Diário – Quais foram os principais critérios avaliados?

Iraní – A missão e a visão institucional com os seus planos de desenvolvimento, que mostram as propostas de Ensino Superior, como os nossos documentos são escritos e como colocamos em prática. O planejamento institucional, o que está escrito, e como esse plano está implementado, como ele é gerenciado. Aí, vem o aspecto das políticas de gestão, que são escritas, implementadas e gerenciadas, desde o aspecto de sustentabilidade financeira, de qualidade do ensino, da pesquisa, da extensão, do pessoal que trabalha, a comunicação. Também tem o aspecto de infraestrutura, que é a observação de todos os ambientes. E os aspectos de atendimento legal, das construções, de alvarás de licença, de reconhecimento de cursos, de arquivo acadêmico.

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Diário – Quais são as metas para curto, médio e longo prazos?

Iraní – A primeira meta é manter tudo o que se tem, porque não se pode descuidar do que se alcançou. Porque, se eu começo com nota 4, eu consigo chegar num 5 (nota máxima), mas se começo com 5, tenho que qualificar o 5. Faremos o redimensionamento de cursos, talvez com o encerramento de alguns e o começo de outros. Outro grande ponto que estamos finalizando é a Educação a Distância (EaD), que vai nos possibilitar a chegar onde está toda a nossa rede de escolas. Nós vamos nos expandir por EaD. Este também está tramitando há dois anos. Também queremos qualificar a parte da pós-graduação stricto sensu e a área da saúde, com o hospital de ensino.

Diário – E o resultado desses credenciamentos sai junto?

Iraní – O da EaD sai antes. O credenciamento da EaD ocorreu junto com o credenciamento da universidade. Está, agora, para ser assinado pelo ministro (da Educação), e ali também nós recebemos conceitos 4 e 5 em todas as instituições (instituições franciscanas).

Diário – Por se tornar universidade, a instituição vai receber mais investimento?

Iraní – Existem editais dos órgãos de fomento que são direcionados exclusivamente para universidades. Essa é uma área que vamos conquistar.

Diário – Vai haver ampliação física?

Iraní – Sim, mas não vai ser de imediato. O foco, agora, é o atendimento às necessidades ao curso de Medicina. Depois, vamos qualificar melhor a ampliação do Conjunto 2.

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Diário – Qual o diferencial da Unifra?

Iraní – Nós somos uma instituição que tem uma identidade. E acho que o ensino com o olhar para o mercado de trabalho bem atento nos distingue. E as nossas irmãs franciscanas, que rezam diariamente pela Unifra e pela nossa missão educativa.

Reitora diz que o trabalho para transformar a instituição em universidade é resultado de uma grande rede de pessoas Foto: Charles Guerra / NewCo DSM

Diário – Qual será o nome da instituição? A sigla Unifra continuará?

Iraní – Será a Universidade Franciscana (UFN). Mas a sigla não pode ser Unifra porque existe uma universidade que usa Unifran (Universidade de Franca). Toda vez que tentamos fazer o registro de ¿Unifra¿ no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), por conta da Unifran, não foi permitido registrar a sigla. Nós já adotamos e já registramos a UFN, que acho que a UFN até soa mais leve.

Diário – O que está projetado para os próximos 10 anos?

Iraní – Sem fazer futurologia (risos), com certeza, vamos ter mais pessoal, alunos e funcionários, e mais cursos. Outras atividades de serviços, e investiremos na parte de incubadora de criação de empresas. Seria um sonho encontrar uma maneira de fazer com que nossos jovens fiquem em Santa Maria, para pararmos de exportar talentos. Mas a Universidade Francisca também foi um sonho e, agora, está muito perto de se tornar realidade, então, por que não sonhar?

Diário – Quais são os investimentos para a universidade?

Iraní – Certo que será o hospital de ensino, a parte de tecnologia, a capacitação de processos de gestão institucional. Vamos estudar também novas formas de recursos financeiros. Nós temos o plano até 2021, mas ele não é engessado. Ele deve ser realimentado conforme as necessidades.

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Diário – Qual o próximo curso que a instituição quer implementar?

Iraní – Vamos em busca de mais opções de mestrados e doutorados. A parte da pesquisa e extensão universitária. E a internacionalização, os intercâmbios, que nós já temos, mas queremos trazer mais estudantes estrangeiros para cá.

Diário – Do que a senhora mais se orgulha em ser a reitora da Unifra?

Iraní – As pessoas. Esse é o meu maior orgulho. Todas as pessoas que compõem a Unifra. Quando eu ando pelo campus, as pessoas sempre estão bem e felizes. Esse é o melhor ganho. Uma universidade não é feita de prédios, é feita de pessoas.

Diário – A Unifra tem um número de bolsas. Essa oferta pode aumentar?

Iraní – As bolsas são sempre proporcionais ao número total de alunos, então, nós atendemos, agora, 20% dos alunos. Aumentando o número de estudantes na instituição, poderá aumentar. Não tem ligação com o status da instituição. Está dentro do planejamento financeiro, é um percentual. Portanto, aumentando os recursos, aumentam numericamente as bolsas.

Ampliar a estrutura física da instituição está nos planos, mas não a curto prazo Foto: Charles Guerra / New Co

Diário – E os serviços ofertados para a comunidade?

Iraní – Nós não precisamos aumentar. Nós já os ofertamos em grande número, em diversas áreas. Todos os cursos têm essa contribuição social. Diretamente pelo conhecimento, e, indiretamente, pelo serviço.

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Diário – E o aluno que ingressou no Centro Universitário Franciscano, como receberá o diploma?

Iraní – Constará o nome da Universidade Franciscana. Conta a partir do momento da conclusão no curso. A primeira turma de Medicina e a de Tecnologia em Jogos Digitais irão se formar na UFN.

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