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'Ganhei uma nova chance para viver', diz jovem ferida em acidente com rolo compactador

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Foto: Guilherme Borges (Diário)

Dois dias depois de um acidente com uma máquina de compactar asfalto, a família de Tamires da Costa Pereira, 25 anos, ainda se recupera do susto. Ela passava pela Avenida Presidente Vargas bem no momento em que o rolo compactador desgovernado atingiu um muro. Com o impacto, uma parada de ônibus e um poste de concreto também caíram. A jovem foi atingida pelo poste, teve duas fraturas na bacia e machucou a perna. 

style="width: 50%; float: right;" data-filename="retriever">Na tarde deste sábado, Tamires (foto ao lado), que trabalha como consultora de vendas, recebeu a equipe do Diário na casa onde mora com o esposo, Alysson da Fontoura Scotte, e o filho de três anos no Bairro Nova Santa Marta, região oeste da cidade. Ela foi atendida, inicialmente, no Pronto-Atendimento do Bairro Patronato e encaminhada ao Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) ainda na quinta-feira. Como não precisou de cirurgia, a jovem teve alta na manhã de sexta e se recupera em casa. 

- A gente fica muito aliviado que não aconteceu nada mais grave. Quando me ligaram, na quinta, falando do acidente, eu larguei tudo o que estava fazendo e fui para lá. Na hora que vi a cena do muro caído, um monte de destroços, bastante gente aglomerada, parecia que tinha sido muito pior. Fica o alívio de que não aconteceu nada mais grave - conta Alysson.

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Agora, a consultora de vendas vai precisar ficar de repouso por alguns meses. Em casa, vai receber o apoio da família. 

- Meu filho não entende muito bem o que aconteceu, só sabe que a mãe ficou ferida e foi um acidente. Ele ainda é muito pequeno. Até brinca: "aconteceu porque a mamãe não estava de mãos dadas". A gente sempre ensina ele a andar na rua dando as mãos para um de nós, para evitar acidentes. Mas a gente vê que às vezes por mais que tu cuide, não tem muito o que tu possa fazer - afirma Tamires. 

Confira a entrevista com a jovem:

Diário_ Do que tu te lembras do momento do acidente?
Tamires_
Eu estava caminhando em direção à parada, bem ali onde aconteceu o acidente, para pegar o ônibus. Quando eu olhei para trás, eu vi o rolo descontrolado, vi os fios caindo, e entrei em pânico. Não sabia se ia para a frente, ou se corria para trás. Resolvi correr para a frente, e, quando vi, ele (o rolo compactador) já estava vindo na minha direção e não dava mais tempo de voltar. Coloquei a mão na cabeça para tentar me proteger. Logo, já estavam a fiação e escombros em cima de mim. Fiquei entre um muro e o poste. Dei muita sorte que o rolo não me atingiu e que não caiu nenhum poste em mim. Lembro de ter visto um homem me ajudando, acho que era o condutor da máquina. Daí, olhei tudo em volta e tomei um susto, o cenário era muito assustador, o veículo prensado no muro, vi poste caído. Foi a mão de Deus que me salvou, com certeza.

Diário_ O que tu estavas fazendo na hora do acidente?
Tamires_
Eu tinha tirado dois sisos em uma clínica na Avenida Borges de Medeiros e desci até a Presidente Vargas para pegar ônibus. Fui bem devagar, porque não podia pegar muito sol, tapando a boca como podia. Quando estava quase chegando na parada, aconteceu tudo. Eu estava de costas para a máquina, por isso não percebi logo. As pessoas que já estavam na parada logo viram o que estava acontecendo e correram para o outro lado da rua. Até gritaram. Foi aí que percebi. Mas na posição em que eu estava, não tinha muito o que fazer. Ainda dei muita sorte que o poste de luz não me acertou em cheio, só me bateu. 

Diário_ O que tu pensou na hora do acidente?
Tamires_
Eu pensei que ia morrer. Eu senti na hora que fui protegida por Deus. Agora, eu sinto que ganhei uma nova chance para viver. Depois que tudo aconteceu, eu orava bastante para ter calma, para tudo ficar bem, para poder cuidar da minha família, do meu filho pequeno. 

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Diário_ As pessoas te ajudaram depois do acidente? Como foi o atendimento?
Tamires_
O condutor da máquina me socorreu logo depois. Um mototaxista que passava lá pediu se eu queria avisar alguém e, prontamente, ligou para o meu marido. Mas logo juntou muita gente, muitos curiosos que tiravam fotos. 

Diário_ E como vai ser o tratamento?
Tamires_
Não precisei de nenhuma cirurgia. Agora vou ficar três meses em casa deitada para "colar" os ossos. 

Diário_ Tu já chegou a ver imagens de como aconteceu o acidente?
Tamires_
Sim. E dá para perceber que o motorista parece uma pessoa muito prudente. Se ele conseguiu desviar assim, para não atingir nenhuma pessoa com a máquina, é porque ele tinha alguma experiência. Se uma máquina dessas acerta uma pessoa, um carro com pessoas dentro, não tem salvação. Até depois, no hospital, muitas pessoas me perguntaram se era mesmo eu que fiquei ferida no acidente, porque viram imagens do local e não acreditavam que alguém envolvido no acidente pudesse sobreviver. Vinham me perguntar: "tu que é a mulher do poste?". 

Diário_ E o que fica depois disso tudo?
Tamires_
Sou muito grata. Não sou uma pessoa que vai ficar revoltada com tudo o que aconteceu. Ficar revoltada só piora as coisas. Vou continuar vivendo. Na hora, tu pensa que não vai continuar vivendo. Provavelmente, não vou ficar nem com sequelas, o que é o mais importante. Sinto bastante dor, mas isso vai passar.

O CASO
O Corpo de Bombeiros foi acionado às 14h21min de quinta-feira para atender o acidente. Segundo os bombeiros, a máquina teria ficado sem freio e derrubou uma parada de ônibus, um poste de concreto e, ainda, uma parte de um muro. Um carro da Coordenadoria Municipal de Trânsito, que atuava na sinalização das obras, também foi atingido. Além de Tamires, uma idosa também ficou ferida, mas sofreu apenas escoriações. No local, acontecem obras de recuperação asfáltica. 


O motorista relatou que a máquina se desligou e, com isso, ficou sem freios. Por segurança, ele acabou jogando a máquina contra o muro para evitar que pessoas fossem atingidas. O motorista ficou ferido no punho, mas não teve lesões graves. 

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O local ficou isolado, e o trânsito na Avenida Presidente Vargas ficou bloqueado no sentido Centro-Bairro entre as esquinas com a Borges de Medeiros e a Avenida Liberdade.

De acordo com a RGE, o acidente causou danos a postes de baixa tensão. Com isso, seis clientes da região ficaram sem energia, que foi restabelecida até o final da tarde de quinta-feira.

*Colaborou Janaína Wille

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