Fotos: Bibiana Pinheiro (Diário)
A estudante de 9 anos Erika Rosini voltou para casa mais cedo nesta terça-feira (11), após faltar água na sua escola. Nada novo para ela, já que são mais de 40 dias sem água em sua casa, na Vila Bilibio, que fica às margens da BR-158, na subida para Itaara. Todas as 40 famílias dependem de caminhão pipa para ter acesso ao recurso. Para o retorno do serviço, uma equipe terceirizada da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) iniciou o trabalho na tarde desta terça (11). A previsão é que ele seja finalizado na sexta-feira (14), e a comunidade volte a ter acesso à água.
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Na explicação do encarregado do serviço Leandro Jesus, 43 anos, não é possível reconstruir os canos que foram quebrados com a força das águas no dia 1º de maio. Será necessário construir do zero um novo canal que leve a água morro acima. A nova rede utiliza uma área cedida por um morador, para reduzir o risco de novos deslizamentos no local.
A tubulação, de 75 mm, ficará exposta nos 250 metros de extensão, que iniciam ainda na BR-158 e sobem pelo terreno. Ela termina no ponto em que há as primeiras casas da Vila Bilibio. A partir dali será possível ligar a tubulação emergencial a rede já existente.
– A reconstrução é do zero, porque o morro cedeu e estourou a tubulação. Como não é possível entrar com máquina naquele ponto sensível, traçamos essa solução. Então, o material fica na BR e de lá nós puxamos braçal os canos até o ponto de ligação – detalha Jesus.
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Comunidade
A situação é complexa porque a Defesa Civil interditou a Rua Marcone Mussói, já que há rachaduras no solo, com risco de deslizamentos. Os moradores insistem em ficar na área e cobravam a religação da água. No dia 22 de maio, moradores da Vila Bilibio fizeram protesto e pediram pelo retorno do serviço.
Até então, para que a população não ficasse desabastecida, foi disponibilizado um reservatório móvel comunitário, que fica em um local fora da área de risco, na Rua Adir Miola, perto da BR-158.
A tia de Erika, a doméstica de 61 anos Nilda Roseli Lima, reclama da situação dos moradores até o momento:
– Não temos água a quase dois meses. Sem água e sem a rua, e isso é problema para nós. Eles trazem água, mas não dura nem uma semana. É banho, comida, lavar roupa. Não está fácil a coisa aqui.