Comunidade do Bairro Km 3 se preocupa com entulhos acumulados às margens do Rio Vacacaí-Mirim

28/06/2024 11:39
Atualizado em: 28/06/2024 12:58

Fotos: Bibiana Pinheiro (Diário)

As fortes chuvas que iniciaram no final de abril ainda amedrontam as comunidades que foram afetadas, principalmente as que ainda convivem próximas a encostas, rios e arroios. Como é o caso do Bairro Km 3, na região centro-leste de Santa Maria. Os moradores à beira do Rio Vacacaí-Mirim observam a diferença no curso do rio e se preocupam com a possibilidade de ele transbordar novamente devido à quantidade de entulho. Pedem o desassoreamento emergencial de alguns pontos, e a revisão da rede cloacal e doméstica de esgoto. A prefeitura e a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) foram questionadas pela reportagem.

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Para os 30 moradores da Estação dos Ventos, na Rua Travessa Amaral, que residem às margens do rio, a situação é desesperadora a cada chuva. Janete Müller, 54 anos, lembra as duas vezes seguidas em que teve sua casa alagada em maio:

– A última vez ocorreu de madrugada. Saímos, meu esposo e eu, com água pelos joelhos. Peguei até leptospirose depois desse episódio. Me preocupa a saúde do meu companheiro, que está bem debilitada e não conseguirá aguentar mais uma dessas ocorrências.

Essa preocupação não é nova, retoma a atendente e também moradora, Erica ferreira da Silva, 40 anos. Mas foi com a chuva que ela se intensificou, visto que o rio mudou drasticamente. Além disso, ela relata que muitos entulhos estão parando nas águas. Eles são os destroços das casas destruídas pelo poder público, assim que as famílias residentes de pontos mais críticos foram realocadas para abrigos. Em busca de amenizar a situação, os moradores estão queimando o material. Erica ainda fala de outro problema:

– O esgoto doméstico também é um problema, que não está indo para estação de tratamento de esgoto pelos danos nas caixas entupidas. Várias bocas de lobo estão transbordando.

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Prefeitura

Para a gestão pública, a área é considerada de risco e já vem sendo assistida de perto pela prefeitura. O chefe de gabinete, Alexandre Lima, confirma a saída de moradores da área e que foram deixados alguns materiais nos terrenos. Sobre o desassoreamento, indica:

– Estamos focados em fazer um plano de trabalho que levante os danos no município em várias áreas. Isso é necessário para que Santa Maria receba mais recurso público. É do nosso interesse fazer a limpeza do rio, mas isso está competindo com as compras de casa para vítimas das enchentes. Temos que receber mais verba para que consigamos fazer tudo.

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Corsan

A companhia respondeu a reportagem. Nela consta:

"A Corsan informa que já foi enviada ao endereço informado uma equipe técnica, que constatou uma ligação irregular de esgoto doméstico (cloacal) à rede pluvial (de água das chuvas). Nesses casos, acaba ocorrendo o transbordamento. Os técnicos fizeram a desobstrução do bueiro como solução emergencial, mas será necessário que a Secretaria Municipal de Infraestrutura do Município faça a drenagem pluvial, que é de responsabilidade da prefeitura. A Corsan é responsável pela rede cloacal de esgoto".

Para solicitações, pedidos de informação ou para fazer comunicados, entre em contato com a companhia.

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