Paradas, desvios e alternativas de rotas: confira o tempo médio de viagem entre Santa Maria e Porto Alegre

Foto: Beto Albert

Tempo longo de espera, obras na pista e paisagens ainda destruídas pelas enchentes no Rio Grande do Sul têm acompanhado a viagem de motoristas que percorrem a RSC-287 após a liberação total dos 204 km da rodovia pedagiada, entre Santa Maria e Tabaí, na última sexta (7). Apesar da liberação de todos os trechos, entre Santa Maria e Porto Alegre, quem passa pelo local ainda enfrenta demoras para concluir o deslocamento. No domingo (9) e na segunda-feira (10), a reportagem do Diário percorreu diferentes trajetos e registrou tempos de espera que variam entre 10 minutos e mais de uma hora no principal gargalo da RSC-287, que é a ponte móvel sobre o Arroio Grande, no km 226 (trecho entre o Fighera e o trevo de Palma).


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Na RSC-287, os rastros das enchentes históricas que atingem o Estado ainda são visíveis. Além da rodovia, que não esconde os estragos na estrutura do asfalto e nas pontes que conectam os municípios, a paisagem foi alterada. Casas ainda lembram a altura em que a água chegou, lavouras viraram lama e rios como o Jacuí parecem ter aumentado de tamanho após as cheias. Em pelo menos três pontos do trajeto, desvios precisaram ser feitos onde os estragos impediram a circulação de veículos: em Paraíso do Sul, Candelária e no distrito de Mariante.

Um dos trechos da RSC-287 percorridos pelo Diário fica entre Venâncio Aires e Santa Maria. Na manhã desta segunda-feira (10), esse trajeto, que antes não demorava mais de 2h30min, após bloqueios causados pelas enchentes levou quase quatro horas. Onde desvios foram construídos, como em Candelária e a ponte sobre o Arroio Barriga, que liga Paraíso do Sul a Novo Cabrais, o trânsito funcionava normalmente apenas com redução de velocidade – que, nesses trechos, não deve ultrapassar 40 km/h. Em partes do trajeto com sistemas de Pare e Siga, em que o fluxo de veículos ocorre em meia pista, o tempo de espera ficou em torno de 10 minutos.

Enchentes causaram mudanças no trânsito e na paisagem da RSC-287Foto: Beto Albert

A maior dificuldade dos motoristas tem sido a travessia pela ponte móvel instalada pelo Exército em Santa Maria em que veículos formavam filas para atravessar a estrutura. Na distância de aproximadamente 700 metros, que separava motoristas da ponte móvel, os veículos ficaram parados por mais de uma hora no horário das 11h30min desta segunda. Já no sentido contrário, de Santa Maria à Quarta Colônia, filas de aproximadamente um quilômetro foram formadas para atravessar a estrutura.

Conforme relato de motoristas, essa demora em viagens pela RSC-287 varia de acordo com o horário. No sábado à noite, a travessia pela ponte móvel foi realizada sem espera e o tempo no deslocamento de Santa Maria a Porto Alegre ficou dentro do tempo previsto pela BR-386 e pela RSC-287: cerca de 4 horas. 

A mesma equipe do Diário havia viajado de Santa Maria a Porto Alegre pela BR-290 no sábado pela manhã e encontrou muito movimento e rodovia com buracos. Além disso, perto de Eldorado do Sul, enfrentou um grande congestionamento, de 1h40min para andar poucos quilômetros. Não havia sinais de nenhum acidente ou obras na pista que justificassem essa tranqueira. Depois, veio a informação de que teria sido uma obra de reparo em uma ponte em Eldorado. Com isso, a viagem de Santa Maria a Porto Alegre, no sábado, durou 5h40min, bem acima do normal. Mas pode ser diferente em outros dias e horários.

O Diário questionou a concessionária Rota Santa Maria se há a possibilidade de alguma mudança no trânsito na ponte móvel para reduzir o tempo de espera, mas a empresa não respondeu até a publicação desta reportagem.


Desvio pela ERS-511 x Ponte móvel do Exército

Para evitar filas formadas pelo sistema Pare e Siga, há motoristas que têm optado pelo desvio por Arroio Grande (ERS-511). No domingo, uma das equipes do Diário deslocou-se para Agudo, com saída por volta das 13h de Santa Maria. O trajeto foi feito pela RSC-287, com passagem pela ponte temporária instalada pelo 3º Batalhão de Engenharia de Combate. O tempo de parada durou em torno de 20 minutos na ponte móvel. A sinalização está reforçada na área próxima da ponte, com militares do Exército e agentes da Rota orientando o tráfego e a passagem dos motoristas. No retorno, no domingo à tarde, a mesma equipe passou pela ERS-511, pelo distrito de Arroio Grande. Sem interrupções, o deslocamento por essa via foi um pouco mais rápido, em torno de 15 minutos, apesar do grande fluxo de veículos.

Nesta segunda (10) à tarde, outra equipe do Diário foi pelo desvio pela ERS-511 e levou 16 minutos para fazer o trajeto até voltar à RSC-287 no trevo de Palma.

Com demora na travessia pela ponte móvel, motoristas ainda tem feito o desvio por Arroio GrandeFoto: Beto Albert


O que diz o governo estadual sobre a ponte móvel

Em nota, a Secretaria da Reconstrução Gaúcha, que é a pasta responsável por monitorar e fiscalizar as concessões das estradas do Rio Grande do Sul, diz que “acompanha a circulação na ponte citada (ponte móvel do Exército na RSC-87), onde a operação é de responsabilidade da concessionária Rota de Santa Maria. A atual configuração do tráfego na infraestrutura provisória, recentemente instalada, se dá por motivo de segurança viária e também atende a orientação do Exército Brasileiro, que instalou a ponte.”


Histórico

  • 30 de abril: A ponte que passa sobre o Arroio Grande na RSC-287, no distrito de Palma, em Santa Maria, desabou no fim da tarde. Com a queda, a passagem sobre a rodovia ficou totalmente bloqueada. 
  • 31 de maio: Trânsito na ponte móvel da RSC-287 em Santa Maria é liberado
  • 7 de junho: Liberado o trecho no distrito de Mariante, em Venâncio Aires e o km 137 em Candelária. Na mesma data, o desvio construído ao lado da ponte sobre o Arroio Barriga, que liga Paraíso do Sul a Novos Cabrais, na RSC-287, também foi liberado.
  • 9 de junho: pedágios voltam a ser cobrados. O serviço estava suspenso desde o dia 3 de maio em função dos diversos bloqueios da estrada provocados pelas enchentes. 


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