“Passaredo quer manter voos em Santa Maria, e Gol falou até breve”, diz secretária

O anúncio da Gol Linhas Aéreas de que vai suspender os voos de Santa Maria a São Paulo temporariamente a partir de 9 de maio pegou todos de surpresa, inclusive a prefeitura, que administra o Aeroporto Civil. Porém, a decisão da Gol de romper o contrato com a VoePass (antiga Passaredo Linhas Aéreas) e suspender os voos não significa que a cidade ficará para sempre sem ligação com São Paulo. A secretária de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Santa Maria, Ticiana Fontana, afirmou que recebeu uma ligação de um diretor da Gol, na sexta, que fez o anúncio da suspensão, mas falou um “até breve”.

– A partir do estudo da capacidade da pista, chamado PCN, que está bem encaminhado, a Gol quer voltar a operar com Boeing em Santa Maria. O diretor da Gol me disse um “até breve” – disse Ticiana, citando que esse estudo é necessário para comprovar que a pista da Base Aérea não teria danos se houver pousos diários de um Boeing, por exemplo.

Segundo a secretária, existe a possibilidade também da VoePass (Passaredo) seguir operando com voos em Santa Maria.

– A gente sempre fez o que a Gol pediu. Eles nos ligaram para avisar que não renovaram a parceria com a VoePass e falaram que o operador (VoePass) tem interesse em manter a operação em Santa Maria. Não sei se para qual cidade será o voo, mas na segunda-feira a gente vai ter reunião com eles. A Passaredo disse que quer manter a linha. E nós, como operadores do aeroporto, já sinalizamos para a Passaredo que queremos manter o voo com a aeronave que existe e com eles operando, e eles falaram que têm interesse. Vamos evoluir isso na semana que vem – disse Ticiana.

Repercussão

O Diário escutou entidades políticas e empresariais de Santa Maria para repercutir a suspensão dos voos de Santa Maria a São Paulo. Confira a seguir.

O presidente da Câmara de Vereadores, Givago Ribeiro, avalia que a suspensão desses voos para São Paulo pode causar influência nos investimentos na cidade. Segundo Givago, os voos para São Paulo fazem parte de uma primeira etapa para a construção de um polo logístico em Santa Maria, mas, apenas isso não é o suficiente.

– Eu entendo que voos para São Paulo e toda a logística que isso nos possibilita é o início. Se isso agora não tiver como se manter por inviabilidade, nós retrocedemos um pouco. Eu acredito muito que pela nossa posição geográfica e pela necessidade de um novo conceito econômico temos que apontar para o desenvolvimento por meio de um polo logístico e, assim, não basta tão somente um voo direto para São Paulo ou outras capitais. É necessário a gente pensar também num aeroporto que possa dar conta de receber aqui em Santa Maria, dentro de uma estratégia de logística, aviões com carga para que justamente possamos utilizar esse novo modelo de desenvolvimento econômico.

Já o presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Santa Maria (Cacism), Luiz Fernando Pacheco, lamentou a decisão, que, conforme Pacheco, impacta não apenas a cidade, mas a Região Central também. A Cacism tem um convênio com a prefeitura e atua na administração do terminal civil do aeroporto.

– É uma notícia triste, um revés para um serviço que não só Santa Maria, mas toda a região estava utilizando há algum período e que estava ajudando muito nesse encurtamento de distância entre Santa Maria e o centro do Brasil. Isso é importantíssimo para o desenvolvimento e crescimento da nossa cidade e região, principalmente, com o atual estágio da estrada de Santa à Porto Alegre (RSC-287), sentido de conservação e do tempo que será levado para haver a duplicação de fato. Então, essa notícia não poderia vir em um momento pior – relata Pacheco.