A jovem de 21 anos que foi atingida por um tiro de raspão no pescoço durante uma confusão na Praça Saturnino de Brito, em Santa Maria, conversou com o "Diário" nesta quarta-feira (leia a entrevista completa abaixo). Geanne Silveira Benites conta que estava com um grupo de amigos, próximo ao chafariz da praça, quando ouviu os disparos e sentiu que havia sido atingida no pescoço.
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_ Eu corri para trás de uma árvore. Aí, eu levei a mão no pescoço, e o menino do meu lado falou para chamar o Samu. Meus amigos que me ajudaram _ conta.
Geanne também relatou que costumava frequentar o local e que nunca havia presenciado alguma coisa parecida. Indagada sobre a segurança no entorno da praça, ela afirma que um espaço direcionado apenas aos bixos seria uma das soluções para evitar a aglomeração e confusões.
_ Na hora em que voltei para casa, tive que passar por lá, e não tinha mais ninguém, mas a sensação foi ruim. Vou ficar por casa por um bom tempo _ comenta.
Na confusão, um adolescente de 15 anos foi atingido por dois tiros _ no braço e no tórax _ e foi encaminhado ao Pronto-Socorro do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). A identificação do jovem é mantida em sigilo, pois ele é apontado pelo Batalhão de Operações Especiais (BOE) da Brigada Militar como autor de um assalto praticado pouco antes dos disparos.
O jovem que foi assaltado também conversou com o "Diário" nesta quarta-feira. Por telefone, ele contou que foi ameaçado por um adolescente armado com uma faca e, então, entregou o celular.
_ Fiquei paralisado na hora, sem reação. Foi tudo muito rápido. Encontrei um amigo e fui até a viatura da polícia. Passou um tempo e, depois, começou a confusão. Eu nem percebi o tiroteio, não ouvi nenhum disparo.
O jovem, que preferiu não se identificar, comentou que, no horário em que os tiros foram disparados, havia muita gente na praça e que a maioria das pessoas não percebeu o que estava acontecendo.
_ Depois do ocorrido, muita gente continuou por lá. Acho que várias pessoas não ouviram os tiros também. Fui chamado pela polícia para reconhecer o celular que tinham encontrado com a pessoa baleada e vi que era o meu, mas confesso que não consegui reconhecer muito bem o adolescente, pois ele já estava na maca, com máscara de oxigênio _ relata o jovem.
Confira, abaixo, a entrevista completa com a jovem que foi baleada:
Diário de Santa Maria _ Gostaríamos de conversar contigo sobre o ocorrido ontem, na Praça Saturnino de Brito.
Geanne _ Mas eu não quero falar nada.
Diário _ Estamos acompanhando o caso e tentando entender o que aconteceu.
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