Saque do FGTS pode ser bom para comércio e ruim para construção civil, segundo avaliações

Foto: José Cruz (Agência Brasil)

A decisão de liberar o saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) dividiu opiniões entre representantes do comércio e da construção civil em Santa Maria. Isso porque a mudança de planos ocorreu depois de pressão do setor de construção civil. Para o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon), Samir Samara, o anúncio da MP não contentou o setor. Como o FGTS financia o programa Minha Casa Minha Vida e empréstimos para casa própria, empresários manifestaram ao Palácio do Planalto receios sobre um eventual corte de recursos.

- O FGTS era uma verba que financiava políticas públicas como o Minha Casa Minha Vida. Com essa decisão, o governo pode acabar fazendo com que essa verba se esvazie - ponderou Samara.

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Já o presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Santa Maria (Cacism), Rodrigo Décimo, acredita que a mudança pode ser uma alternativa para o restabelecimento da economia no país.

- Acredito que ter mais recursos circulando seja positivo. A economia precisa desses recursos para alavancar. É uma medida que se vislumbra como uma possível solução a esse problema - avaliou.

A opinião vai ao encontro do presidente do Sindilojas, Ademir José da Costa:

- As vendas estão bastante baixas. O ano todo foi frustrado e acreditamos que isso se deve à falta de recursos das pessoas. A liberação dessa verba deve irrigar bastante o comércio e é uma medida muito válida para nós.

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O professor universitário e economista Herton Castiglioni Lopes salienta, no entanto, que a medida tem um impacto a curto prazo na otimização da economia. Lopes afirma que, apesar de ter o objetivo de fazer com que as pessoas injetem o dinheiro, principalmente, no comércio, não há como prever que essa seja uma unanimidade.

- É uma medida paliativa, quase em caráter de desespero. O que se espera é que, com esse dinheiro, seja possível usar no consumo, na quitação de dívidas e que, a partir disso, o consumo seja otimizado. Mas pode ser que algumas pessoas optem por guardar esse valor para uma emergência, por exemplo. O cenário é de incertezas quanto ao futuro - considerou.