fechamento de fábricas

Revendas não acreditam que carros da Ford perderão valor

18.404

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: FolhaPress

Após a decisão da Ford de encerrar a produção de carros no Brasil, na segunda-feira, as revendedoras da marca no país começam a receber diversos questionamentos de clientes, principalmente dos proprietários de veículos Ford Ka e EcoSport - que vão deixar de ser comercializados em território nacional assim que os estoques acabarem.

No entanto, segundo o proprietário da Ford Superauto, autorizada da marca em Santa Maria, Carlos Costabeber, esses consumidores não precisam se preocupar. Hoje há, inclusive, fila de espera para compra de seminovos dos dois modelos na cidade, garante o empresário.

- Hoje, o mercado de seminovos está superaquecido. No meu pátio, só temos carros novos preenchendo os espaços. Tudo que entra, vende. Tem fila de espera para o Ka e EcoSport seminovos. Ou seja, quem tem um desses modelos, vai ter sempre um cheque na mão - afirma.

Às vésperas do exame, Enem tem novo horário de acesso aos locais de provas

A decisão da montadora de suspender a produção no país não surpreendeu o empresário. Segundo ele, o fechamento das fábricas decorre de um investimento na produção de modelos com maior valor agregado que, por consequência, geram mais lucro, como a Ford Ranger. A automatização das fábricas também colaborou para este processo, já que não é necessário buscar mão de obra mais barata em países da América do Sul.

- A Ford optou pela Argentina porque aqui ela só produzia carros de baixo valor agregado. Não tem como produzir em uma escala menor e ser competitivo. É uma tendência de todas as montadoras do país. Migrar para carros de maior valor agregado. Carro de entrada, o compacto, precisa ter altos volumes de produção e não se tem lucro - constata.

Conforme Costabeber, os proprietários dos veículos que deixarão de ser produzidos têm garantia de reposição de peças por 10 anos. Ainda nos próximos meses, a Ford irá lançar uma nova linha no Brasil. 

Caso Ford foi decisão estratégica que envolve vários problemas. Mas serve de lição ao Brasil

O proprietário da Cirne Automóveis, revenda multimarcas, Gustavo Cirne, também não acredita na desvalorização, em curto prazo, nos modelos da Ford. Ele cita o Chevrolet Agile. Com a importação suspensa desde 2014, o carro segue com boa procura no setor de usados.

- Não vai mudar nada. Mudou um pouco a concepção do que é fora de linha. Se o produto é bom, não é uma coisa ruim ele estar fora de linha. A procura segue alta - constata.

REPERCUSSÃO  
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou ontem a apoiadores que o fechamento dos parques fabris da Ford no país acontece porque a empresa "perdeu para a concorrência" e "em um ambiente de negócios, quando não se tem lucro, se fecha". Assim é na vida e na nossa casa - completou o presidente, que lamentou a fechamento de 5 mil postos de trabalho no país.

VÍDEO: podcast marca oito anos do incêndio da boate Kiss

Em dezembro, a empresa comunicou investimentos de R$ 3 bilhões na Argentina. Segundo Bolsonaro, "faltou à Ford dizer a verdade: eles querem subsídios". O presidente afirmou que a montadora recebeu R$ 20 bilhões em renúncia fiscal do governo e subsídios, e questionou aos apoiadores se gostariam de continuar "dando R$ 20 bilhões a eles"


Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Nascidos em junho podem sacar auxílio emergencial a partir desta quarta-feira

Próximo

Inflação fecha 2020 em 4,52%, acima do centro da meta, aponta IBGE

Economia