não para de subir

Reflexos da alta do dólar já são sentidos em Santa Maria

Eduardo Tesch

O preço do dólar não para de subir. A desvalorização do real, e de outras moedas do mercado emergente, frente à moeda americana está ficando cada vez mais latente. Pela terceira vez em mais de dois anos, o dólar comercial voltou a se aproximar dos R$ 4. A moeda norte-americana, no fim do pregão de sexta-feira, estava cotada a R$ 3,70 (para compra e venda). Porém, esse é o valor negociado na bolsa, que é o dólar comercial. Já o dólar turismo, em que incide a tributação do governo, além do lucro das casas de câmbio, a cotação está na casa dos R$ 4. O dólar turismo é o que a pessoa precisa comprar quando vai fazer uma viagem ao Exterior, por exemplo.  

Apesar disso, as agências de turismo da cidade não estão notando diminuição da procura por pacotes de viagem. Muitas vezes, o que acaba acontecendo, é que o cliente procura um destino onde a moeda norte-americana não é a principal em circulação.

- Ainda não estamos sentido os reflexos do aumento do dólar. Até as eleições presidenciais vai ser essa a realidade, a incerteza. O que acontece é que muitos clientes que tinham viagem marcada para os Estados Unidos estão mudando os seus destinos, mas essa não é a maioria - afirmou Antônio Copetti, turismólogo da agência D'Trip.

- O preço de hoje não vai ser o preço de amanhã, então o cliente prefere garantir logo o pacote do que correr o risco do dólar subir ainda mais. Comprando antes, o cliente consegue promoções bem mais vantajosas - disse Isadora Ramires, agente de viagem.

Além de trocar o país de destino, muitas vezes, a melhor opção é planejar a viagem com bastante antecedência.

- Estamos comprando um pacote para daqui seis meses. Comprando antes e se planejando o preço vale a pena - constatou Cícero Cásseres, enquanto comprava um pacote de viagens para Punta Cana com a esposa.

Para o dono de uma casa de câmbio que preferiu não se identificar, até o fim do ano, a tendência é de que a moeda americana continue com a cotação instável:
- Não sentimos a diminuição da procura. Quem precisa da moeda acaba comprando. Até o final do ano, no momento de instabilidade que vivemos, essa vai ser a realidade, infelizmente.

O presidente do Banco Central (BC), Illan Goldfajn, disse, na quinta, que o BC vai usar todos os instrumentos necessários para tentar conter a desvalorização do real frente ao dólar. 

CAUSAS DO AUMENTO DA MOEDA 

A forte alta do dólar pode ser explicada, em parte, pela elevação da taxa de juros dos Estados Unidos. Essa medida tem impacto negativo sobre a maioria das moedas dos países emergentes.

Com a elevação dos juros no mercado norte-americano, os investidores preferem retirar o capital investido nos países em desenvolvimento e aplicá-los nos Estados Unidos, causando um efeito cascata nas bolsas de valores desses países.

Na Argentina, por exemplo, a desvalorização do peso, combinado com problemas de governo, fez a inflação passar dos 25% no mês de março.

No Brasil, esse impacto é menos intenso devido à grande reserva de dólares do Banco Central, que atingiu US$ 380 bilhões em abril de 2018. Para se ter uma ideia do tamanho da reserva do país, esse valor seria suficiente para pagar toda a dívida externa brasileira.

Além disso, a incerteza em relação ao próximo governo brasileiro - que vai ser eleito nas eleições de outubro - afeta diretamente a retirada de investimentos do Brasil.

Quanto menos investimentos estrangeiros, menos dólar em circulação, e, consequentemente, a moeda norte-americana acaba subindo de valor.



Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Caixa eleva teto de financiamento de imóveis para servidores públicos Anterior

Caixa eleva teto de financiamento de imóveis para servidores públicos

Receita Estadual começa hoje as barreiras para fiscalizar o pagamento do IPVA Próximo

Receita Estadual começa hoje as barreiras para fiscalizar o pagamento do IPVA

Economia