Quais as regras para que as lojas possam funcionar na cidade

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Fotos: Renan Mattos (Diário)
Com decreto estadual, comércio pode vender produtos por telefone com retirada na loja

O decreto do governador Eduardo Leite (PSDB) de quarta-feira, que proíbe a abertura de lojas até o dia 15 de abril, causou mais espanto para a maioria dos lojistas, já apavorados com a crise econômica e as contas para pagar. Por outro lado, deixou claro que qualquer empresa pode trabalhar no formato de tele-entrega ou do chamado "take away", em que o cliente vai pegar o produto na porta da loja.  

Até então, havia o entendimento da prefeitura de Santa Maria de que isso só poderia ser feito por empresas de serviços essenciais ou que forneciam produtos para as atividades essenciais. Mas, agora, todas estão liberadas a atender por delivery ou busca e pega. 

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Nesta quarta, em Santa Maria, algumas lojas já estavam adotando esses sistemas (veja abaixo). Até a loja do secretário de Desenvolvimento Econômico de Santa Maria, Ewerton Falk, anunciou que iria retomar atividades com os devidos cuidados, baseada no decreto estadual - ele tem loja de tintas. Além disso, já havia também revenda de material de construção aberta, o que foi permitido pelo decreto do Estado, por ser atividade essencial. Porém, a maioria das lojas ainda seguia de portas fechadas.

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Também há muitas queixas sobre falta de isonomia, já que hipermercados podem vender até roupas, móveis e eletroeletrônicos de portas abertas, enquanto as demais lojas não podem.

No início da manhã , já houve relatos de alguns ônibus cheios.  Essas mudanças do novo decreto ainda estão sendo digeridas pelos lojistas, pois parte deles acredita que esse tipo de atendimento ainda é restritivo.

- Não tem como uma loja de roupas atender na porta. Nesta sexta, a CDL terá uma reunião extraordinária, pois a situação está insustentável. Vamos fazer um apelo para o governador para que reveja essa posição e permita reabrirmos a partir do dia 6, de forma gradual. O Brasil precisa produzir, não queremos esmola nem migalhas do governo - critica Marli Rigo, presidente da Câmara de Dirigentes Lojitas (CDL) de Santa Maria, temendo muitas quebras de empresas e desemprego elevado.

O presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços (Cacism), Luiz Fernando Pacheco, acredita que, apesar da liberação por parte do Estado, só parte da construção civil conseguirá retomar as atividades. Ele cita a dificuldade em conseguir transporte e alimentação para os trabalhadores.

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O QUE PODE FUNCIONAR

•  Tele-entrega e modelo take away (quando o cliente vai até o estabelecimento para retirar a compra), desde que sem aglomeração de pessoas
• Estabelecimentos industriais de qualquer tipo, inclusive de construção civil, estão permitidos, com proibição de atendimento ao público em aglomeração ou grande fluxo de clientes
• Estabelecimentos comerciais que forneçam insumos às atividades essenciais
• Estabelecimentos que prestam serviços não essenciais, mas que não atendem ao público
• Atividades ligadas às áreas de saúde, segurança e bancos
• Hospitais e farmácias
• Supermercados
• Atividades da defesa civil
• Transporte de passageiros e de cargas
• Serviços de telecomunicação e internet
• Serviços de call center
• Serviços de captação, tratamento e distribuição de água
• Recolhimento de lixo
• Distribuição, transporte, comercialização e entrega, realizadas presencialmente ou por meio do comércio eletrônico, de produtos de saúde, de higiene, de alimentos e de bebidas  

AS REGRAS

•  Restaurantes, bares, lanchonetes e estabelecimentos que prestam serviços considerados essenciais ficam obrigados a respeitar medidas de higiene, a adotarem regime de revezamento de turnos e alterações de jornadas e a fazer uso de senhas ou outro sistema para evitar filas e aglomeração de pessoas, entre outras medidas elencadas na normativa 
  
• Os estabelecimentos que prestam serviços essenciais devem ter horários ou setores exclusivos para o atendimento de pessoas que pertencem ao grupo de risco (idade superior ou igual a 60 anos ou que tenham comorbidades)
• O transporte coletivo público e privado, urbano e rural, deve ocorrer sem exceder a capacidade de passageiros sentados
• O transporte coletivo intermunicipal de passageiros, público ou privado, deve ser realizado sem exceder a metade da capacidade de passageiros sentados

REAVALIAÇÃO
Mesmo médicos infectologistas como Jane Costa  e Fabio Lopes Pedro falam que é preciso manter cuidados, evitando contato pessoal e aglomerações, mas que é preciso reavaliar a situação semana a semana, flexibilizando as regras para liberar o comércio gradualmente, à medida do possível. 

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- Distanciamento social é diferente de reclusão/quarentena. Não entramos nessa última fase ainda. Idosos, de fato, devem ficar em casa. As demais atividades devem ter regras para redução de fluxo, mas não absoluto fechamento. Dia 15 de abril me parece uma data muito distante. Deveriam reavaliar com mais frequência, no mínimo semanalmente - afirma Lopes Pedro.

O MOVIMENTO NO CENTRO
Com restrições, a abertura de mais alguns estabelecimentos que foram incluídos como essenciais, como é caso de lojas de materiais de construção, de peças automotivas, puderam passar a atender clientes, seja por forma de tele-entrega ou para que o cliente retire no local sem entrar no estabelecimento.

No Centro de Santa Maria, mesmo após essa mudança, o cenário de lojas fechadas que já era visto desde a publicação do decreto municipal que proibia todas atividades comerciais que não fossem consideradas essenciais, não era muito diferente na tarde de quarta-feira.

Na Avenida Rio Branco, apenas um hipermercado, lotéricas e pequenos pontos de lanches (apenas para levar) estavam em atividade. Apesar disso, as vagas de estacionamento da primeira quadra estavam praticamente todas ocupadas. Mesma cena que era possível de ver na Rua Venâncio Aires entre Floriano e Rio Branco.

EM FUNCIONAMENTO
Alguns locais que estavam abertos nesta quarta: 

• Athena Livraria - Vendas pelo WhatsApp com entrega na casa do cliente
• Quero-Quero Rua do Acampamento - Aberta apenas para pagamentos. Não estão comercializando produtos
• Quero-Quero das avenidas Medianeira e Walter Jobim - Material de construção é vendido na loja
• Mamãe Coruja - Atendimento pelo WhatsApp
• Bela Luna Santa Maria - Atendimento pelo Instagram e Facebook
• Duliius - Atendimento pelo WhatsApp
• Telecell - Atendimento pelo WhatsApp e pelo telefone
• Divina Terra - Atendimento pelo WhatsApp com entrega na loja
• Americanas - Atende pelo WhatsApp com retirada no local
• Eletro Peças - Atendimento no local e por tele-entrega
• Auto Peças Ruviaro - Atendimento online com tele-entrega ou retirada no local