bares e restaurantes

Pesquisa mostra prejuízos de setores atingidos por decretos

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Fabiano Marques (Diário) 

Principal alvo das restrições impostas pela pandemia tanto no sistema de distanciamento controlado quanto do novo modelo 3 As, o setor de bares e restaurantes acumula dívidas. Segundo Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), dois terços dos estabelecimentos gaúchos estão com pagamentos em atraso. Os principais débitos estão relacionados ao Simples Nacional, aluguel - com uma alta de mais de 30% do IGP-M em 12 meses -, e contas como água, luz e gás. Todos os gastos fixos têm tendência de alta nos próximos meses. Somente a água será de 12%.

O setor foi duramente penalizado pelas restrições impostas pelo governo do Estado, em especial, neste ano. Por quase 60 dias, atividades não essenciais ficaram suspensas em todo o Rio Grande do Sul entre 18h e 5h. A decisão inviabilizou o funcionamento no turno da noite, principal fonte de renda para muitos estabelecimentos. Até o mês de abril, segundo a Associação de Hotéis, Restaurantes e Agências de Viagem e Turismo de Santa Maria (Ahturr), o prejuízo no setor alimentício foi de R$ 13 milhões.

Pelas regras atuais, bares e restaurantes podem operar até as 23h, com a entrada dos clientes até as 22h. Na última quarta-feira, ficou decidido, ainda, que está proibida a reprodução de música ao vivo, e até mesmo de som eletrônico. 

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No vermelho 

Proprietário do Sushibar Morita e do Terrazzo, o empresário Victor Lampert, relata a dificuldade de conseguir manter as contas em dia. Ele precisou recorrer a empréstimos bancários para conseguir honrar o pagamento dos 14 funcionários do Terrazzo que, segundo ele, são prioridade para o estabelecimento.

Pelos dados da Abrasel, 71% dos bares e restaurantes fecharam o abril no vermelho. No mês anterior, o prejuízo atingia 8 em cada 10 estabelecimentos. A dificuldade para pagar salários em dia também apresenta uma queda, saindo de 77% em março para 37% em abril.

- Agora, neste outro momento de restrições, tivemos que fazer um aporte pessoal dos quatro sócios para nós conseguirmos. Nosso foco sempre foi quitar a folha de pagamento porque é o pessoal que está na linha de frente e quem realmente precisa - conta Lampert.

Com o estabelecimento aberto desde o final de 2018, a proprietária do Bar da Casa, Lourdes Teresinha da Cas, pela primeira vez, está precisando escolher quais contas terão preferência para pagamento:

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- Começamos a ficar com contas para trás, coisa que não estava acontecendo. Depois da bandeira preta, tive que pensar em algumas coisas que vou pagar primeiro. Está difícil de dormir, está difícil de vir trabalhar. Mas, estamos fazendo o que a gente pode. Estamos abrindo ao meio-dia e tocando direto.

Região restringe música ambiente

Em função da continuidade do alerta emitido pelo governo do Estado dentro do sistema 3 As de monitoramento, a região publicou decreto com novas restrições de atividades. Entre elas, além da manutenção de horário reduzido de bares e restaurantes em uma hora em relação aos protocolos do Estado, podendo operar até as 23h, está a proibição de qualquer tipo de música eletrônica nos ambientes, o que inclui som ambiente.

- Essas restrições são cruciais para ir afundando aos pouquinhos. Eu sei o quanto uma música ao vivo em um bar é bom. Ela só existe e só esta aqui porque ela agrega - afirma Lourdes.

A reportagem entrou em contato com o presidente da Ahturr para repercutir a decisão. No entanto, ele não foi encontrado. 

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