Você já deve ter escutado ao menos uma vez na vida que "tempo é dinheiro". A famosa frase de Benjamin Franklin, inspirada nas ideias do filósofo grego Teofrasto, que dizia que tempo custa caro. Mas você já parou para pensar o significado dessa afirmação? Quando estamos falando de tempo para nós mesmos, a afirmação se aplica? E quanto ao tempo para os filhos e a família?
Atualmente, cada vez mais pessoas dizem que não têm tempo para fazer todas as tarefas que desejam ou que precisariam. É muito recorrente encontrarmos pessoas dizerem que precisariam de mais horas no dia para dar conta das tarefas domésticas, do trabalho e, especialmente, dos cuidados consigo e com os filhos.
Na tentativa de lidar com suas ausências e com o mundo competitivo, muitos pais incluem as crianças em atividades extraclasses. Somos adultos, crianças e adolescentes sempre ocupados. Não temos tempo para admirar o brilho do sol, o assovio dos pássaros, os pingos e o cheiro da chuva... a beleza da vida. O resultado disso, muitas vezes, é encontrarmos crianças estressadas e sobrecarregadas com uma rotina exageradamente estruturada, muitas vezes, em sofrimento intenso.
O convívio com as crianças nos permite perceber o valor das pequenas coisas, dos gestos, das conquistas, especialmente quando nos questionam sobre coisas simples. Há algum tempo tenho me questionado sobre isso como uma pesquisadora das temáticas da família.
A dimensão tempo costuma qualificar um relacionamento. Geralmente, costuma-se dizer que um relacionamento é curto e superficial ou longo e profundo. Muitos autores sobre interação entre pais e filhos reforçam que a qualidade é mais importante do que a quantidade.
Mas como saber se o tempo que você dedica aos seus filhos é suficiente?
Geralmente as crianças dão sinais de que estão sentindo falta dos pais através de manifestações tais como:
_ Comportamento de insegurança
_ Necessidade de querer chamar atenção
_ Comportamentos agressivos
_ Isolamento
_ Medo
_ Ansiedade
Como disponibilizar um tempo qualificado para o seu filho?
_Evitar ficar trabalhando enquanto se está com ele
_ Disponibilizar um tempo para ouvir o que a criança está pensando ou sentindo
_ Viabilizar momentos de dedicação aos filhos em que se possa fazer coisas juntos
_ Abraçar, brincar e vivenciar momentos de descontração junto às crianças
_ Saber dizer "não" e impor limites quando for necessário
Assim, pode-se pensar que no contexto familiar o tempo não é dinheiro, mas investimento! Investimento no futuro de uma geração de crianças e adolescentes que estão necessitando de suporte familiar, amor, atenção, orientação e limites. Precisamos enquanto sociedade garantir a formação e a consolidação dos vínculos afetivos significativos que possibilitem o seu desenvolvimento integral.
Uma sugestão de filme se você quiser refletir sobre essa temática é o filme Click que traz uma interessante reflexão sobre o tempo, decisões e prioridades que são capazes de interferir na vida futura de uma pessoa.