Tribunal de justiça

O novo revés de João Carlos Maciel

Marcelo Martins

"

Um velho fantasma que assombrava o vereador João Carlos Maciel (PMDB) voltou a rondá-lo. O caso envolvendo a entrega de parte do salários de seus assessores, em 2009, teve uma nova decisão da Justiça.

O peemedebista foi condenado a seis anos e oito meses de prisão inicialmente em regime semiaberto. A sentença é de quinta-feira, e foi proferida pela 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça. O advogado de defesa do vereador, Mario Cipriani, diz que vai pedir a anulação do julgamento e também vai recorrer da decisão.

Leia todas notícias sobre a Operação Medicaro

No ano passado, em decisão da Justiça local, Maciel havia sido condenado a cinco anos de prisão em regime semiaberto. Agora, o relator do processo, o desembargador Newton Brasil de Leão, aumentou a pena a pedido do Ministério Público. Além disso, estipulou o pagamento de 80 dias de multa, cujo valor o TJ não revelou.

O caso é referente ao recebimento, de forma irregular, de parte dos salários de três dos seus assessores em 2009. Conforme denúncia do MP, os assessores eram "coagidos a contribuir com o programa Caminhão da Solidariedade, sob pena de serem demitidos".

A sentença não fala em perda de direitos políticos. Maciel só pode perder o mandato após o trânsito em julgado do processo, ou seja, quando não houver mais possibilidade de recursos.

É um novo revés na carreira do radialista-vereador. Maciel ainda recupera-se do que aconteceu no dia 26 de março, quando foi preso em flagrante, sob a suspeita do crime de tráfico ilícito de medicamento controlado. A prisão, que durou 39 horas, ocorreu no cumprimento de mandado na sede de seu programa social durante a Operação Medicaro.

Após duas semanas ausente da Câmara, Maciel apresentou dois atestados médicos que indicavam problemas neurológicos, o vereador voltou às atividades silencioso e magoado. Ele evita falar com a imprensa — a quem diz ser vítima de inverdades e de sensacionalismo.

Postura diferente da adotada na Rádio Medianeira AM, quando o retomou as atividades na segunda. Na rádio, mostra desenvoltura e alto astral. Chegou a brincar ao dizer que, agora, o programa social dele não receberá mais remédios. As críticas à prefeitura tiveram uma pausa.

Isolamento dentro da Casa

Vereador mais votado em duas eleições e ex-líder do governo Cezar Schirmer (PMDB), Maciel, que sonha em ser prefeito, vive um momento de isolamento no Legislativo.

Desde que retornou, na última terça-feira, Maciel se mantém discreto, na defensiva. Não recebeu discurso de apoio, mas é o assunto dos bastidores. Tem sido visto sempre à margem dos colegas. O distanciamento, ainda que velado, existe e é relatado pelos parlamentares que, quando perguntados, adotam discursos amenos (leia ao lado).

Subcomissão em discussão

A possibilidade de ser criada uma subcomissão para apurar a conduta de Maciel, que o levaria à prisão, é vista com prudência na Casa. O líder do governo na Câmara, Cezar Gehm (PMDB), e o presidente do PMDB-SM, Aldo Fossá, dizem que o partido está ao lado de Maciel. O presidente da Câmara, Sergio Cechin (PP), afirma que a Casa não pode se pautar por pressões e que, no momento, a sobriedade e a cautela devem prevalecer:

— Não podemos correr o risco de julgá-lo.

O único a se mostrar abertamente favorável a uma subco"

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

João Carlos Maciel é condenado a seis anos de prisão

Próximo

Prefeitura de Santa Maria já recebeu duas propostas de preço para demolir prédio abandonado da Avenida Rio Branco

Economia