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Novo financiamento para a casa própria traz vantagens e perigos

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pixabay

O sonho da casa própria parece ter ficado mais distante depois que a economia no país passou por uma considerável queda nos últimos anos. Para tentar solucionar esse problema e buscar alternativas para quem quer investir em um imóvel, mas não possui o valor total para a compra, a Caixa Econômica Federal lançou uma nova linha de crédito imobiliário, que utiliza os juros do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que varia conforme a inflação.

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A ideia, segundo a Caixa, é que a medida aumente a procura por financiamento e reduza as taxas de juros. O novo formato é indicado para quem quer adquirir imóveis com valor acima dos disponibilizados no programa Minha Casa Minha Vida. O valor mínimo é de R$ 250 mil, aproximadamente, de acordo com a Caixa. A vantagem é que a prestação inicial para este tipo de financiamento é muito mais baixa do que as já conhecidas pela modalidade de taxa referencial (TR). No entanto, segundo especialistas e profissionais do ramo imobiliário, a oportunidade que, em um primeiro momento pode atrair, tem de ser muito bem avaliada. 

- É mais uma opção que chegou para alavancar as vendas, mas como tem a variação do IPCA, tem um pequeno risco. Ainda não testamos direito porque é muito recente, mas acredito que possa trazer mais procura - avalia o gerente de vendas da Jair Behr Imóveis, Amilton da Silveira.

Segundo ele, o sucesso dessa nova opção de financiamento depende do bom funcionamento do governo, já que está atrelada à inflação. A mesma atenção é citada pela assistente administrativa de vendas e responsável pelos financiamentos da Caixa da Imobiliária Taperinha, Gabriela Bonini.

- Sempre trabalhamos mais com vendas à vista, mas também temos bastante gente interessada em financiar. Acredito que esse tipo de financiamento é bom para quem for financiar o imóvel a curto prazo, porque o risco de ter uma alta na inflação é menor.

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Para o economista José Maria Pereira, a modalidade é perigosa. Ele alerta para a situação atual da economia no Brasil, que está com índices de inflação muito baixos, o que pode ser um benefício para novos contratos. No entanto, conforme Pereira, a probabilidade da inflação se manter da mesma forma ao longo dos próximos anos é praticamente inexistente.

- Podemos definir como uma rua de mão dupla. Aparentemente, é um bom negócio porque a inflação está bem baixa, mas nada garante que a inflação fique assim ao longo de todo o período do financiamento. É bem difícil a inflação se manter assim, nesse patamar. A medida que a economia voltar a crescer, a tendência é a inflação também subir. É uma opção perigosa, dá a ilusão de que é uma prestação mais baixa, o que, em um primeiro momento, pode aumentar a demanda, mas o cliente tem de estar atento - considera o economista.

Abaixo, você confere dois exemplos de simulação de financiamento, em um comparativo entre as duas taxas existentes. Outras simulações podem ser feitas diretamente no site da Caixa ou em uma agência bancária.

OUTRA OPÇÃO
Além do financiamento indexado pelo IPCA, também existe a opção do crédito imobiliário que utiliza a taxa referencial (TR), um índice de correção monetária aplicada para corrigir os valores de poupança, FGTS e financiamento imobiliário. Segundo informações do site da Caixa, as taxas de juros variam em função do nível de relacionamento do cliente com o banco. Isso significa dizer que aqueles clientes que possuem mais serviços contratados, como conta-corrente, poupança, conta-salário, entre outros, têm a taxa de juros mais baixa. A taxa mínima para imóveis residenciais enquadrados no Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e no Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), na opção de taxa referencial será de TR + 8% a.a e a máxima de TR + 9,75% a.a. 

A vantagem da modalidade TR é a maior previsibilidade da prestação. Ainda assim, é importante que cada cliente considere os riscos que assume em um eventual aumento da taxa inflacionária antes de tomar a decisão final.

Como funciona o financiamento com juros do IPCA 

  • Pode ser contratado para imóveis residenciais
  • É válido para financiamento de imóveis novos ou usados e para construção de unidades vinculadas a empreendimento
  • O prazo pode ser de até 360 meses pelo Sistema de Amortização Constante (SAC) ou de até 240 pela Tabela Price (parcelas fixas)
  • Não há limite de valor do imóvel a ser financiado

Simulação IPCA versus TR
Financiamento de R$ 250 mil a ser pago em 360 meses


Prestação inicial (R$)% rendaRenda inicial (R$)Diferença na prestação
TR + 9,75% 2.64030%8.801
IPCA + 4,95%1.70820%8.540-35%
IPCA + 4,45%
1.60820%8.039-39%
IPCA + 3,95%
1.50820%7.536-43%
IPCA + 2,95%1.30520%6.523-51%

Simulação IPCA versus TR
Financiamento de R$ 1 milhão a ser pago em 360 meses 


Prestação inicial (R$)% rendaRenda inicial (R$)Diferença na prestação
TR + 9,75%
10.56130%35.203%
IPCA + 4,95%
6.83220%34.158-35%
IPCA + 4,45% 
6.43120%32.155-39%
IPCA + 3,95%
6.03020%30.142-43%
IPCA + 2,95%5.21820%26.092

-51%

*Fonte: Caixa Econômica Federal

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