Economia doméstica

Aumentos do preço do gás faz consumidores buscarem alternativas

Diogo Brondani

O gás de cozinha está entre os itens básicos de consumo da família brasileira. Ele detém uma boa fatia do orçamento doméstico e, desde os últimos dias, vem roubando a cena quando o assunto é o preço. O motivo é a sequência de dois reajustes estabelecidos pela Petrobras sobre o valor do botijão de 13 quilos em setembro, um no começo do mês, de 12,2%,  e outro há poucos dias, de 6,9%, chegando ao acumulado de 19,1% na refinaria e um pouco menor ao consumidor. 

Este último resultou num aumento de R$ 1,55 no preço do botijão. Somada a primeira alta, que foi de cerca de R$ 5, o custo não ficou nada agradável. Uma pesquisa realizada pelo Diário em 14 revendas da cidade mostram que o preço do botijão está variando entre R$ 60 e R$ 75 em Santa Maria entre compra na portaria e entrega em casa, segundo pesquisa feita na sexta pelo Diário.

Para quem tem a renda contada para passar o mês, cada reajuste obriga a uma manobra diferente para que o salário não acabe antes do recebimento do próximo benefício. É o caso da aposentada Izabela Figueira Batista, 85 anos, que mora sozinha em casa simples, na Arco Íris.

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– Está ficando cada vez mais difícil. A nossa aposentadoria é pouquinho. A saída é usar mais o fogão a lenha, que também ajuda a esquentar a casa e faz com que o gás dure mais – diz a idosa.

Para quem precisa do produto para o trabalho, as altas constantes também têm sido um problema: R$ 350 é o custo médio mensal de Gabriel Pereira com gás de cozinha na sua empresa de venda de refeições para entrega no Bairro Camobi. Segundo ele, os aumentos constantes do preço do gás diminuíram sua margem de lucro, uma vez que ele já não cobra pelo serviço de entrega nas proximidades. Ele achou um jeito inusitado para tentar fugir dos reajustes e não lesar os clientes aumentando o preço das refeições.

– Quando eu soube que o preço subiria, fui até o supermercado e comprei alguns vales-gás. Tive de dispor de um valor mais alto do que o habitual com a despesa para poder ter uma certa margem – diz o empresário, que consome cinco botijões ao mês.

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Na ONG Casa Maria, que serve diariamente cerca de 50 refeições por dia a pessoas que fazem tratamento oncológico no Husm, o consumo mensal médio é de três botijões. Conforme a assistente social do lar, Cristina Lago, essa despesa é mantida graças a uma parceira com uma distribuidora de gás.

– Sobrevivemos de doações. No caso do gás, ele é fornecido sem custo por uma empresa parceira. Se não fosse isso, hoje a despesa seria de mais de R$ 200 por mês, o que apertaria o nosso orçamento mensal. Nem sei como seria a cada aumento anunciado. Já no caso de outras serviços, como água e luz, não tem como negociar – revela.

 O professor de Economia da Unifra e responsável pelo Índice do Custo de Vida em Santa Maria (ICVSM), Mateus Frozza, diz que é possível amenizar a despesa com gás de cozinha com algumas dicas.

– Quando algum item básico sobe e é preciso destinar um aporte maior para essa compra, há um impacto, principalmente para famílias de baixa renda, em outros itens de consumo interno, como na alimentação. Não é que as pessoas vão deixar de comer, mas vão comprar menos. No caso do uso do gás, não é que eu vá deixar de utilizar o fogão, mas vou diminuir o uso. De que forma? Fritando o ovo ao invés de cozinhá-lo, por exemplo. Evitando de usar o forno. Na hora de comprar o gás, vale também a pesquisa do valor mais barato – destaca o economista.


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