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Alta de gasolina, gás e luz obriga famílias a reverem gastos e retrai economia da cidade

Deni Zolin

Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

Depois da alta expressiva da gasolina e do gás de cozinha, outro aumento significativo de gastos virá agora com o reajuste de 20,96% da conta de luz, principalmente para aqueles que consomem bastante energia.

Esses aumentos podem ser mais uma das causas da instabilidade da economia, já que o comércio e os serviços voltaram a sentir quedas de vendas - só o comércio cortou 302 empregos em janeiro e fevereiro na cidade.

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É que, realmente, basta pegar um exemplo de uma família que, até metade de 2017, gastava R$ 100 de luz e R$ 100 de gasolina por mês. Como a gasolina subiu 22,3% em média (de R$ 3,67 para R$ 4,49 o litro), em Santa Maria, de junho para cá, essa família está, em tese, gastando R$ 122,30 de combustível, se manteve os mesmos hábitos. E agora, a conta de luz dessa família passará de R$ 100 para R$ 120,96, se não economizar energia. Só nesses dois gastos, já são R$ 43,26 de aumento de gastos e que a família não tem mais disponível para consumir. Efeitos: ou tenta economizar água e luz ou deixa de gastar com roupas, alguns alimentos ou serviços.

Agora, imagine uma família que gastava R$ 200 de luz e R$ 200 de gasolina por mês. Com os reajustes, ela terá R$ 86,52 a menos para consumir na cidade.

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Não há como saber qual o gasto médio de cada família com luz e gasolina na cidade, por exemplo, mas multiplique esses valores por 78 mil famílias existentes em Santa Maria (dados do censo do IGBE de 2010) e veja que o impacto é expressivo em valores que deixarão de circular no comércio e nos serviços.

Além disso, apesar de a inflação oficial indicar uma alta pequena, para muitos setores e muitas famílias há, sim, o efeito cascata, pois preços de produtos e serviços acabam subindo devido ao aumento do gás, do frete (combustíveis) e da luz. E as empresas que, devido à queda de consumo, não conseguem repassar esses reajustes aos preços dos produtos, têm de se obrigar a baixar margens de lucro, aumentando os riscos.

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Além dos reajustes, há o impacto psicológico, pois basta a pessoa se sentir insegura com os aumentos expressivos das contas para pensar duas vezes na hora de gastar no supermercado ou no comércio, na compra de um móvel ou uma roupa, por exemplo. E para aqueles que estão endividados, a situação é ainda pior. 

Outros fatores que têm prejudicado a economia são o desemprego e o parcelamento dos salários do governo do Estado, já que temos muitos servidores. Em função do atraso salarial, muitos servidores acabam se endividando e pagando juros, o que também pode ocorrer com quem perdeu o emprego. E os servidores estaduais e desempregados que ainda têm economias ficam receosos de gastar porque não sabem até quando o dinheiro vai durar. Ao menos, a safra deve trazer uma boa renda à região, e a construção civil e os serviços dão sinais de leve retomada - ao menos, os empregos formais desses setores vêm reagindo.

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