A conscientização pode ser a saída para a diminuição da taxa de mortalidade pela doença, que ainda é alta. O grande problema está no preconceito que envolve o processo de descoberta precoce do câncer porque esbarra na resistência masculina em realizar os exames de prevenção. Além do exame de sangue que mede os níveis de PSA (Antígeno Prostático Específico), o físico (toque retal) também é importante para detectar alterações na próstata que podem exigir investigação mais detalhada para um diagnóstico preciso.
O servidor público Paulo Augusto Wilhelm, 54 anos, é um exemplo a ser seguido pelos homens que precisam se conscientizar da necessidade de vencer receios preconceituosos e se submeter aos procedimentos médicos imprescindíveis na avaliação clínica.
Desde os 48 anos, eu fazia os meus exames de rotina regularmente. Em 2011, apareceu uma anomalia nos níveis de PSA e, por recomendação médica, fiz uma biópsia, que acabou dando positiva para o câncer. Os fantasmas que amedrontam a maioria dos homens não me intimidaram nunca, assim como também não me tocou em momento algum o preconceito que envolve os exames relata Wilhelm, que rapidamente foi submetido a uma cirurgia de retirada da glândula, em março de 2012.

De lá para cá, é só alegria. A recuperação foi um sucesso, e hoje, após enfrentar a doença com muita coragem e determinação, Wilhelm consegue levar uma vida normal. E manda um recado:
Não pode haver omissão por parte dos homens. Tem é que haver ação. Temos que ter atitude. Ser negligente é desrespeitar a si mesmo. Temos que nos cuidar e estar 100% para a vida.

Prevenção é o melhor remédio
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais frequente entre os homens. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), em 2011, 13.129 mil homens morreram vítima da doença. Isso equivale a uma morte a cada 40 minutos.
A recomendação geral é de que homens a partir de 50 anos procurem seu urologista para discutir a prática e a realização da avaliação. Aqueles com maior risco da doença (histórico familiar e fatores de risco) devem procurar o médico especialista a partir dos 45 anos.
O câncer de próstata é mais frequente do que se imagina. A principal característica da doença é não dar sintomas. E por não dar sintomas, que há a necessidade de se fazer exames periodicamente. Quando alguns sinais começam a aparecer é porque o tumor já está em fase avançada, o que dificulta a cura alerta o urologista Rodrigo Minuzzi.
Cerca de 10% dos pacientes que chegam aos consultórios já estão em fase avançada da doença. Por esse motivo, um dos desafios a ser ressaltado é a importância de se fazer o diagnóstico precoce. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a doença tem 90% de chances de cura se descoberta na fase inicial.
O principal tratamento ainda é a cirurgia. Mas em fase avançada, a cirurgia perde o seu papel, pois se a doença já está fora da próstata, por mais que se tire o órgão, as células cancerígenas permanecem e há o risco de migrarem para a corrente sanguínea. Nesses casos, entra-se apenas com os tratamentos paliativos, não mais curativos relata Minuzzi.
Uma coisa é certa: especialistas e pacientes concordam que o sofrimento da luta contra o câncer de próstata pode ser evitado desde que o paciente faça uma visita regular ao consultório. "