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VÍDEO: estudante cria escola comunitária na Vila Resistência

Da redação*

Fotos: Pedro Piegas
Para Gisele Serafim, ajudar a quem precisa é um sonho realizado. Ver a animação das crianças e adolescentes atendidos é a alegria dela

Apaixonada por cuidar de quem precisa, a estudante de Educação Especial Gisele Serafim, 27 anos, identificou na Vila Resistência, ocupação localizada no Bairro Parque Pinheiro Machado, em Santa Maria, várias situações em que poderia ajudar por meio do voluntariado.

O exemplo de solidariedade, ela adquiriu com os pais, Antonio de Pádua Serafim e Lourdes Teresinha Rodrigues, que contribuem em várias iniciativas do local, entre elas, festas promocionais e aquisição de roupas, calçados e material escolar para as pessoas carentes do local.

No final de 2018, uma das moradoras da Vila Resistência comentou com Gisele a respeito da necessidade de mais atividades voltadas às crianças da região. Logo, ela se colocou à disposição para desenvolver atividades socioeducativas com os pequenos como oficinas, bate-papos e reforço escolar.

Assim que a estudante manifestou a vontade de ajudar, alguns moradores da vila construíram uma pequena sala de cinco metros quadrados para que as atividades começassem. Todo o trabalho se efetivou com materiais doados por vizinhos e outros apoiadores. Logo, a sala ganhou o nome de Escola Comunitária Elena Quinteros.

A estudante de Educação Especial Gisele Serafim é uma das voluntárias do projeto que funciona na Vila Resistência desde 2018

ENGAJAMENTO
Entre as pessoas que se uniram à ideia de Gisele, está a estudante de Artes Visuais Raianny Silva. Juntas, elas reuniram 20 profissionais e estudantes de diversas áreas, como Artes, Biologia, Filosofia e Ciências Sociais que se engajaram no projeto.

O maior objetivo dos voluntários, conforme Gisele, é reforçar a identidade da vila e auxiliar os moradores a entenderem quem são.

- Esse é um espaço de agregação social, para educação e cultura - diz Gisele.

O projeto socioeducativo alcança cerca de 18 crianças e adolescentes, de 3 a 16 anos, que se reúnem com os voluntários aos sábados para manhãs de muita brincadeira e aprendizado.

Mesmo com tanta dedicação, os voluntários enfrentam algumas dificuldades. Uma delas é a impossibilidade de caminhar no lugar em dias de chuva, devido ao barro que se acumula. Quando isso acontece, as reuniões são canceladas.

Gisele e os demais integrantes do grupo arrecadam doações de materiais escolares, roupas e calçados para as crianças e adolescentes da comunidade

ATIVIDADES
Segundo Gisele, o trabalho desenvolvido na comunidade é bem diversificado. Rodas de conversa, horta comunitária, oficinas circenses são organizadas e ministradas por estudantes de Biologia e um artista de rua, bem como, outros profissionais, conforme a demanda.

- Conforme a necessidade, convidamos mais voluntários. Desde que iniciamos, já houve três espetáculos de teatro realizados por estudantes do curso da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) - conta ela.

A estudante de Educação Especial conta que atuar no local é o início da realização de um sonho:

- Meu maior objetivo é ter um espaço para atender pessoas que necessitam de ajuda gratuita, com multiprofissionais. Minha recompensa é ver a animação das crianças e a disposição da comunidade a cada encontro.

Todas as ações realizadas na comunidade são preparadas com zelo. Segundo Gisele, nada pode ser feito sem planejamento:

- Conversamos a respeito de cidadania e identidade, bem como de necessidades identificadas. Temos explicado a eles a diferença de ocupação e invasão.

A dona de casa Adriane de Fátima da Silva Teixeira, 41 anos, moradora do lugar, considera o projeto um dos principais avanços da Vila Resistência.

- Essa atividade nos ajuda em tudo. Para nós, que começamos do nada, significa nossa melhora, dá vida para a vila - emociona-se.

A diretora da EMEF Sérgio Lopes, Andreia Schorn, afirma que a convivência dos voluntários com a comunidade cria um espaço de aprendizados, lazer, esporte e cultura:

- Projetos como esse realizado na Ocupação Resistência são incríveis porque ajudam a desenvolver cidadãos. É inspirador perceber a disposição de quem chega para ajudar, doando tempo e semeando esperança. Essa iniciativa é exemplo de resistência, de solidariedade e de luta contra as desigualdades sociais.

Entre os planos do grupo para este ano, está dar início às aulas de reforço e, ainda, a implantação de EJA, a pedido de moradores que gostariam de aprender a ler.

Além disso, o grupo pretende aumentar a escola para oportunizar que outras oficinas sejam desenvolvidas, a exemplo de aulas de culinária, com vistas a gerar fontes de renda aos interessados. Com esse objetivo, está sendo realizada uma vaquinha virtual na página do Facebook, Ocupação Vila Resistência.

*Colaborou Gabriele Bordin

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