reportagem especial

VÍDEO: móveis, fotos e a esperança que se perde a cada chuvarada

18.302

data-filename="retriever" style="width: 100%;">
Fotos: Gabriel Haesbaert (Diário)

José Renato Rodrigues Alves, 64 anos, já não contabiliza estragos causados pela chuva tampouco espera que algum ente público intervenha na Estrada Virgílio da Cás, onde ele vive há cinco décadas.


::LEIA MAIS SOBRE A REPORTAGEM ESPECIAL::

Com recorde de chuva em outubro, cidade carece de infraestrutura

VÍDEO: quando o temporal e o descaso comprometem a sobrevivência

- Pedimos para que os últimos quatro prefeitos fizessem alguma coisa. Sempre tem uma desculpa: "não tem máquina, não tem verba, aqui é zona rural." A água chega na fechadura da porta, já tentei vender a casa, mas quem vai querer comprar? O dia que resolverem arrumar isso aqui e nos ajudarem eu vou estar no Cemitério Municipal - ironiza o aposentado.

Desde que ficou viúvo, Alves só conta com a companhia da cachorra Preta, a quem também tenta salvar a cada alagamento. Segundo o aposentado, pelo menos três vezes por ano, a dupla tem de ir para cima do telhado e esperar a água baixar. Ele mal lembra o número de vezes que teve de ser regatado de barco pela Defesa Civil ou em botes do Corpo de Bombeiros.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">
Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

Sem sistema de drenagem na via, as sangas do entorno transformam a estrada em rio. Na residência, a água passa por cima do muro e invade a casa chegando a uma altura que ultrapassa um metro. Televisão ele não tem mais. O sofá virou entulho no meio da sala.

Ele sobrevive de improviso. Confeccionou suportes para o guarda-roupas, armários aéreos e prateleiras. Ergue ao máximo mantimentos como arroz, açúcar e pão. Ao longo dos anos, perdeu roupas, móveis, documentos e fotografias de família.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">
Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

- É um local esquecido, ninguém se interessa. Se chove, não tenho nem como sair por dois, ou três dias. Pego uma lona e eu vou para cima do telhado com a cadela. Fico acampado. Estou aqui há 52 anos e tudo se repete. Perdi tudo, até fotos que mantinham as memórias da nossa família nesta casa - lamenta o aposentado.

O QUE DIZ A PREFEITURA

  • O Executivo alega que uma equipe já estava fazendo manutenção na estrada para melhorar a pavimentação, o que foi suspenso depois da última chuvarada. Não havia, porém, obra ou ação prevista em relação à drenagem pluvial. Também foi informado que os casos pontuais de alagamento que chegam ao governo serão vistoriados conforme a prioridade

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Na Penitenciária, na escola e no hospital Mãe Medianeira leva mensagem de fé

Próximo

Com recorde de chuva em outubro, Santa Maria carece de infraestrutura

Reportagem especial