data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)
A luta pela cura do câncer comove todos os familiares que convivem com o paciente. E a comoção é ainda maior quando a doença acomete uma criança de apenas 2 anos. Por isso, é necessário que pais se tornem a fortaleza e a fonte de motivação da criança em busca da recuperação. Em homenagem ao Dia dos Pais, comemorado neste domingo, o Diário conta a história de três pais que precisaram mudar suas vidas para dedicar mais tempo aos filhos em diferentes situações: na busca por um sonho, na esperança durante um tratamento de saúde e nos cuidados do dia a dia em casa. Abaixo, você vai conhecer a história de Eduardo e João Lucas.
CONHEÇA AS OUTRAS HISTÓRIAS
:: Maicon, o pai que precisou reorganizar os horários de trabalho para cuidar dos filhos gêmeos ::
:: Adriano, o pai que largou a vida em Santa Maria para que o filho realizasse o sonho de ser jogador ::
Foram quase dois anos entre exames, consultas médicas e a incerteza sobre as frequentes reclamações de dor na barriga que o filho sentia. Em busca da causa do problema, o agricultor Eduardo Jardim Alves, 31 anos, perambulou por diferentes médicos com o filho João Lucas até o diagnóstico que mudaria a vida da família: o menino, de apenas 4 anos, tinha câncer. A família morava em São José do Norte, no extremo sul do Estado, e foi orientada a buscar tratamento para o pequeno em cidades próximas porque, no município, não há centro oncológico.
Em contato com o Hospital das Clínicas, em Porto Alegre, o agricultor foi informado de que havia fila de espera para internação. Como João Lucas não podia mais esperar, a família buscou outra saída. Sem pensar duas vezes, Eduardo deixou o emprego em São José e acompanhou o filho até Santa Maria. João Lucas foi internado no Hospital Universitário (Husm) e as sessões de quimioterapia e radioterapia tiveram início. Em agosto de 2018, ele passou por uma cirurgia, o que, segundo o pai, marcou seu renascimento.
- Sabíamos que [a cirurgia] era delicada, mas quando vi ele abrir os olhinhos, pensei 'o João renasceu'. Passei a enxergar a vida de outra forma. Eu não tinha tempo para nada, porque trabalhava muito, mas desde que passamos a lutar com ele, aprendi muito mais sobre a vida e o que é ter força de viver. Ver ele correndo, brincando e sorrindo não tem preço - conta o pai.
A família está hospedada no Centro de Apoio à Criança com Câncer (CACC), em Camobi. No local, João Lucas aproveita para correr pela grama e gargalhar em meio a brincadeiras em família. Mas a tranquilidade cotidiana é bastante recente na rotina de pai e filho.
- Quando viemos, ele estava bastante debilitado e tinha muita dor, mas nós nunca perdemos a fé. Não pensei em desistir em momento algum, porque eu só pensava que tinha que aguentar por ele. Na hora, a gente não pensa em mais nada, porque o filho está em primeiro lugar. Eu fiz questão de estar junto dele porque ele precisava de mim aqui. Agora que ele está melhor, a gente passa a semana e, aos finais de semana, costumamos voltar para nossa cidade para ver nossa família - explica o pai.
Há cerca de um mês, os exames apontaram que João Lucas tem reagido bem à recuperação. Por conta disso, as sessões de quimioterapia foram suspensas. No entanto, a família aguarda para que o menino possa ser submetido a um transplante de medula, que deve ocorrer em breve. Enquanto isso, os dias no CACC são de brincadeiras na pracinha com o pai, que comemora cada descida pelo escorregador e até arrisca um futebol com o filho.
- Ter me tornado pai do João foi a melhor coisa que poderia ter acontecido na minha vida. Ele me ensina a ser uma pessoa melhor todos os dias. Nunca desacreditei dele, nem nos piores momentos. E é isso que nos motiva diariamente.
