Num contexto de notícias tão conflitantes, tão impactantes, tão preocupantes, é importante, além de alimentar o conhecimento, alimentar também o pensamento, que liga o corpo à alma, o cérebro à mente, o material ao imaterial. Numa fração de segundos pode nos levar a qualquer canto do mundo, aos recantos rasos e profundos, ir até o fundo, desvendar mistérios, revelar segredos guardados a sete chaves nos sete mares e em todos os lugares. Neste turbilhão de devaneios fui encontrado por um dos muitos poemas de Mário Quintana.
+ Entre no canal do Diário no WhatsApp e confira as principais notícias do dia
Ler Quintana é acariciar o pensamento pela beleza de sua forma, mas também sacudi-lo pela força da palavra nos seus múltiplos sentidos. Nele tudo faz sentido, mesmo quando o título chega a ser assustador, como o emblemático “Seiscentos e sessenta e seis”, uma referência bíblica que remete ao mal e à destruição, na obra “Esconderijos do Tempo”. Na composição poética e na sentença profética, a destruição não chega como o fim dos tempos, mas como alerta e recomeço, quando Ele diz:
“A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo...
Quando se vê, já é 6ª.feira...
Quando se vê, passaram 60 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado.
E se me dessem - um dia - uma outra oportunidade,
Eu nem olhava o relógio
Seguia sempre em frente...
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas”.
Quando Quintana diz que “a vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa”, é porque já chegamos aqui trazendo ensinamentos de outrora (de outras horas, de outros tempos) e que precisarão ser aprimorados no tempo de cada um.
Jogar pelo caminho a casca dourada e inútil das horas é livrar-se das ilusões, desapegar-se dos falsos valores, deixar para trás tudo que nos impede de ver o verdadeiro sentido da vida e de valorizar cada instante vivido. Agora e depois.
Violência que assusta
Existem coisas no dia a dia que nos impactam e nos assustam. Em conversa com a psicóloga Daniele Abelin e com a assessora jurídica Dienifer Almeida, que atuam no Centro de Referência da Mulher, fiquei impressionado com os números da violência doméstica contra as mulheres de Santa Maria. A média diária de pedidos de medida protetiva varia de 10 a 20. Muitas mulheres ainda carregam em si o medo de denunciar maus-tratos, agressões físicas, verbais e morais, ameaças e outras formas de violência por dependência econômica, pelo medo de perder a guarda dos filhos e até pelo temor de que acabem sendo vítimas de situações mais graves, como o feminicídio.
O Centro de Referência da Mulher (CRM) é um serviço público especializado de assistência social para acesso de mulheres em situação de violência doméstica. O acolhimento é feito por meio de escuta qualificada com atendimento psicológico, social e encaminhamento jurídico. O acesso é através do encaminhamento dos serviços da Rede Municipal, ou diretamente pela usuária. A sede é na Rua Tuiuti, 1835, entre as ruas Floriano Peixoto e Professor Braga. Também são disponibilizados os telefones (55) 3174.1519, (55) 99139.4971 e o e-mail crm@santamaria.rs.gov.br.
Imposto transparente
Busquei junto ao contador Adilson Catto, que atua no Espaço Contábil, mais alguns detalhes sobre o Imposto Solidário, no sentido de continuar chamando a atenção para a importância da destinação de parte do imposto devido pelos contribuintes a entidades que prestam atendimento a crianças e adolescentes ou a pessoas idosas.
- O valor que pode ficar em Santa Maria, em torno de R$ 36 milhões, é o dobro do orçamento da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social;
- Em Santa Maria, 27 mil contribuintes estão aptos a fazer essa destinação. Ano passado foram apenas 1854;
- Em números reais, ficaram na cidade R$ 4,2 milhões.
Quanto à fiscalização e destinação do valor arrecadado, outra grande dúvida, quem delibera a destinação dos recursos é o Conselho Municipal da Pessoa Idosa e o Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, o Comid e o Condica, respectivamente. Ambos são formados por representantes da comunidade e de órgãos públicos, sejam eles municipais, estaduais ou federais. Toda a documentação é auditada por equipes técnicas e todo valor aplicado é rigorosamente fiscalizado pela própria Receita Federal.
Ao contribuinte, a destinação não gera custo algum, mas pode gerar o prazer de ajudar quem precisa.
Posse oficial no IFFar
A posse oficial da professora Nídia Heringer no segundo mandato na reitoria do Instituto Federal Farroupilha (IFFar-SM) será na primeira semana de abril, com a presença do ministro da Educação, Camilo Santana. A data e o local ainda estão sendo definidos. Com relação à nova sede, será realizada dia 25 uma reunião com a secretária do Patrimônio da União (SPU) tendo como pauta a adjudicação da área da Ulbra em Boca do Monte para o IFFar.
Acerto na Agas
Terminou o impasse ocorrido na Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), com o empate (61 votos) entre os dois candidatos que disputaram a presidência da entidade.
Antônio Cesa Longo, atual presidente, ficará à frente da entidade até a edição deste ano da Expoagas, de 19 a 21 de agosto no Centro de Eventos da Fiergs, em Porto Alegre. Lindonor Peruzzo Jr., de Bagé, assumirá o comando em 1º de setembro e até o final de 2026.
A vida continua, nesta e em outras dimensões!